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28 agosto 2008

Mónica e Agostinho: Santos da Fé.

Depois de termos celebrado ontem a Memória de Santa Mónica, mãe de Santo Agostinho, a Igreja apresenta-nos hoje este filho a quem a oração persistente e confiante da mãe cortou a rebeldia.


Santa Mónica é para mim um dos mais perfeitos paradigmas da mulher de fé e esperança. Mais de vinte anos a rezar pela conversão do seu filho, Agostinho, e a derramar lágrimas, como nos dizia a Oração da Coleta, pedindo a Deus a misericordia para os seus males.

Mónica soube colocar o seu olhar no testemunho de Maria... rezar no silêncio a confiança em Deus. E Deus que nos faz passar, tantas vezes pela abnegação e dor, cumpre a Sua promessa de Vida e coroa de graça e virtude aqueles e aquelas que n´Ele confiam.

Mónica deixa um desafio enorme a esta escuta permanente da vontade de Deus, escuta persistente na Fé e na Oração. Para si pedia a misericordia e para o seu filho a conversão.

Diz-se que no leito da morte Agostinho lhe confessa que se vai baptizar.

Mónica parte para Deus com a missão cumprida de mulher, esposa e mãe.

E Deus recebe-a coroada de Glória.


Hoje, ao celebrarmos Santo Agostinho, deixo a reflexão enviada por "Mariana" e que creio poder ajudar a encontrar esta grande figura da Igreja, este convertido que de tal forma fixa a sua vida em Deus que foi Bispo, Santo e Doutor da Igreja...


Paz e Bem para todos!!!

Albertino



"Hoje celebramos a Memória de Santo Agostinho, o grande Bispo e Doutor da Igreja que nos enche de alegria, pois com a graça de Deus tornou-se modelo de cristão para todos. Agostinho nasceu em Tagaste, Tunísia em 354 d.C., filho de Patrício (convertido) e da cristã Santa Mónica, a qual rezou durante 33 anos para que o filho fosse de Deus. Aconteceu que Agostinho era de grande capacidade intelectual, profundo, porém, preferiu saciar seu coração e procurar suas respostas existenciais tanto nas paixões, como nas diversas correntes filosóficas, por isso tornou-se membro da seita dos maniqueus. Com a morte do pai, saiu Agostinho para aprofundar nos estudos, principalmente na arte da retórica. Sendo assim, depois de passar em Roma, tornou-se professor em Milão, onde envolvido pela intercessão de Santa Mónica, acabou frequentando, por causa da oratória, os profundos e famosos Sermões de Santo Ambrósio. Até que por meio da Palavra anunciada, a Verdade começou a mudar a sua vida. O seu processo de conversão, recebeu um "empurrão" quando na luta contra os desejos da carne, acolheu o convite: " Toma e lê ", e assim encontrou na Palavra de Deus (Rom;13, 13s) a Força para a decisão por Jesus:"...revesti-vos do Senhor Jesus Cristo...não vos abandoneis às preocupações da carne para lhe satisfazerdes as concupiscências". Santo Agostinho, que entrou no Céu com 76 anos de idade, converteu-se com 33 anos, quando foi Catequizado e Baptizado por Santo Ambrósio. Depois de "perder" sua mãe, voltou para a África, onde fundou uma comunidade cristã ocupada na oração, estudo da Palavra e caridade. Isto, até ser ordenado Sacerdote e Bispo de Hipona, santo, sábio, apologista e fecundo filósofo e teólogo da Graça e da Verdade. Santo Agostinho...rogai por nós! Paz Bem para todos!"

"Mariana"



26 agosto 2008

Senhora e Rainha, Maria...

Paz e bem e continuação de boas férias para todos.
O calor da Cova da Beira, nestas faldas da Serra da Gardunha e com o olhar na Serra da Estrela, permitiu hoje ter acesso à net - já que por estas paragens as operadoras de telecomunicações móveis não investem no sinal - e por isso aqui estou a actualizar o "Retalhos, para mim e para todos vós que fazeis parte deste espaço.
Recebi esta partilha em "comentários" e, embora já tenham passado o dia, enriqueci-me nesta noite com este "Retalho" que Xana nos envia.
Assim, e porque falar de Maria como modelo de Fé nunca é demais, aqui fica publicado em promeira linha para gaudium de Deus e nosso.
Abraço a todos...

"MARIA, modelo de Fé, vai à minha, à nossa frente, «Rainha – Mãe»,
Mãe de Jesus que a Ela nos confiou como também nossa Mãe…
Gosto muito dela, como se ama muito uma Mãe…
Ela também gosta de mim, de nós, como a mãe que gosta e ama os filhos. Ela é nossa intercessora e medianeira de todas as graças. Por Ela a Jesus!
Fé no Filho, devoção à Mãe…Festejamo-la com todos os títulos de Amor que a devoção da Igreja lhe foi conferindo:
Os títulos das invocações da Ladainha de Nossa Senhora, e tantos outros mais: Mãe de Deus, porta do Céu, auxílio dos cristãos, Rainha de todos os Santos, saúde dos doentes, refugio dos pecadores, …
Maria é a expressão da nossa esperança, baseada na Fé que vivemos com o Senhor, como criaturas de corpo e alma…
Maria, do Evangelho está muito próxima de nós, percorreu um caminho de fé às vezes obscuro e cansativo, não entendeu tudo, não entendeu imediatamente…
O desígnio de Deus sobre Ela e sobre o seu Filho permaneceu, também para ela misterioso e velado até ao momento em que chegou a luz da Páscoa…Por isso hoje celebramos a festa daquela que nunca foi derrotada pela morte…
Como o seu Filho, Maria não procurou fugir à condição humana, não pediu a Deus descontos, privilégios, milagres…
Ela olhou com os olhos de Deus para a realidade deste mundo e transformou cada situação de morte numa oportunidade de crescimento e de maturação no AMOR, …até ao dia em que foi transferida para o Mundo Novo no qual seu Filho foi o primeiro a entrar…
Grandes coisas fez nela o Senhor da Vida…O mundo é um campo de batalha em que se enfrentam as forças da Vida e da morte.
É fácil verificar que em muitos casos, as últimas levam a melhor: os ódios, a solidão, o abandono, as traições, as injustiças sociais e económicas, o medo, as doenças são todos pontos a favor da morte.
Mas há um momento em que a morte se manifesta em todo o se enorme poder: quando põe fim aos nossos dias sobre a terra.
E Deus que nos criou para a Vida o que Faz?
Assiste impassível à nossa derrota?
A resposta a esta interrogação angustiante é dada hoje em Maria, a Mulher na qual a Vida celebra o seu triunfo….
Também o Canto que Lucas pôs na boca de Maria é um hino de graças ao Senhor pelas maravilhas de vida que Ele operou:
Tornou fecundo o ventre de uma Virgem e escancarou todos os sepulcros, os de Cristo e de Maria e também os nossos…
PAZ e BEM e continuação de boas férias!

Xana

17 agosto 2008

Tempo de férias

Poder descansar (*)


Os discípulos colocaram a Jesus o problema do stress e do descanso.Os discípulos regressavam da primeira missão, muito entusiasmados com a experiência e com os resultados obtidos. Não paravam de falar sobre os êxitos conseguidos. Com efeito, o movimento era tanto que nem tinham tempo para comer, com muitas pessoas à sua volta.Talvez esperassem ouvir algum elogio por tanto zelo apostólico. Mas Jesus, em vez disso, convida-os a um lugar deserto, para estarem a sós e descansarem um pouco.
Creio que nos faz bem observar neste acontecimento a humanidade de Jesus. A sua acção não dizia só palavras de grandeza sublime, nem se afadigava ininterruptamente por atender todos os que vinham ao seu encontro. Consigo imaginar o seu rosto ao pronunciar estas palavras. Enquanto os apóstolos se esforçavam cheios de coragem e importância que até se esqueciam de comer, Jesus tira-os das nuvens. Venham descansar!Sente-se um humor silencioso, uma ironia amigável, com que Jesus os traz para terra firme. Justamente nesta humanidade de Jesus torna-se visível a divindade, torna-se perceptível como Deus é.A agitação de qualquer espécie, mesmo a agitação religiosa não condiz com a visão do homem do Novo Testamento. Sempre que pensamos que somos insubstituíveis; sempre que pensamos que o mundo e a Igreja dependem do nosso fazer, sobrestimamo- nos.Ser capaz de parar é um acto de autêntica humildade e de honradez criativa; reconhecer os nossos limites; dar espaço para respirar e para descansar como é próprio da criatura humana.
Não desejo tecer louvores à preguiça, mas contribuir para a revisão do catálogo de virtudes, tal como se desenvolveu no mundo ocidental, onde trabalhar parece ser a única atitude digna. Olhar, contemplar, o recolhimento, o silêncio parecem inadmissíveis, ou pelo menos precisam de uma explicação. Assim se atrofiam algumas faculdades essenciais do ser humano.
O nosso frenesim à volta dos tempos livres, mostra que é assim. Muitas vezes isso significa apenas uma mudança de palco. Muitos não se sentiriam bem se não se envolvessem de novo num ambiente massificado e agitado, do qual, supostamente, desejavam fugir.Seria bom para nós, que continuamente vivemos num mundo artificial fabricado por nós, deixar tudo isso e procurarmos o contacto com a natureza em estado puro.
Desejaria mencionar um pequeno acontecimento que João Paulo II contou durante o retiro que pregou para Paulo VI, quando ainda era Cardeal. Falou duma conversa que teve com um cientista, um extraordinário investigador e um excelente homem, que lhe dizia: "Do ponto de vista da ciência, sou um ateu...". Mas o mesmo homem escrevia-lhe depois: "Cada vez que me encontro com a majestade da natureza, com as montanhas, sinto que Ele existe".
Voltamos a afirmar que no mundo artificial fabricado por nós, Deus não aparece. Por isso, temos necessidade de sair da nossa agitação e procurar o ar da criação, para O podermos contactar e nos encontrarmos a nós mesmos.



(*) Card. J. Ratzinger "Esplendor da Glória de Deus" Editorial F., 2007, pág. 161..

15 agosto 2008

Assunção de Maria

O dogma da Assunção da Mãe de Deus defende que, ao cabo de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória celestial.
Este dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1 de novembro de 1950, na Constituição Munificentissimus Deus:
"Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus omnipotente, que outorgou à Virgem Maria a sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu".
Porque será tão importante para os católicos recordarmos e aprofundarmos o Dogma da Assução da Santíssima Virgem Maria ao Céu?
O Novo Catecismo da Igreja Católica responde à esta interrogação:
"A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos"(966).
A importância da Assunção para nós, homens e mulheres do começo do Terceiro Milénio da Era Cristã, radica na relação que existe entre a Ressurreição de Cristo e nossa. A presença de Maria, mulher da nossa raça, ser humano como nós, quem se encontra em corpo e alma já glorificada no Céu, é isso: uma antecipação da nossa própria ressurreição.
Mais ainda, a Assunção de Maria em corpo e alma ao céu é um dogma da nossa fé católica, expressamente definido pelo Papa Pio XII pronunciando-se "ex-cathedra". E... Que é um Dogma?Posto nos termos mais simples, Dogma é uma verdade de Fé, revelada por Deus (na Sagrada Escritura ou contida na Tradição), e que também é proposta pela Igreja como realmente revelada por Deus.
Neste caso se diz que o Papa fala "ex-cathedra", quer dizer, que fala e determina algo em virtude da autoridade suprema que tem como Vigário de Cristo e Cabeça Visível da Igreja, Mestre Supremo da Fé, com intenção de propor um assunto como crença obrigatória dos fiéis católicos.
O Novo Catecismo da Igreja Católica (966) nos explica assim, citando a Lumen Gentiun 59, que à sua vez cita a Bula da Proclamação do dogma:
"Finalmente a Virgem Imaculada, preservada livre de toda macha de pecado original, terminado o curso da sua vida terrena foi levada à glória do Céu e elevada ao trobno do Senhor como Rainha do Universo, para ser conformada mais plenamente a Seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte".
E o Papa João Paulo II, em uma das suas catequeses sobre a Assunção, explica isto mesmo nos seguintes termos:
"O dogma da Assunção, afirma que o corpo de Maria foi glorificado depois de sua morte. Com efeito, enquanto para os demais homens a ressurreição dos corpos ocorrerá no fim do mundo, para Maria a glorificação do seu corpo se antecipou por singular previlégio" (JPII, 2- Julho-97).
"Contemplando o mistério da Assunção da Virgem, é possível compreender o plano da Providência Divina com respeito a humanidade: depois de Cristo, Verbo Encarnado, Maria foi a primeria criatura humana que realizou o ideal escatológico, antecipando a plenitude da felicidade prometida aos eleitos mediante a ressurreição dos corpos"
(JPII, Audiência Geral do 9-julho-97). Continua o Papa: "Maria Santíssima nos mostra o destino final dos que 'escutam a Palavra de Deus e a cumprem' (Lc. 11,28). Nos estimula a elevar o nosso olhar às alturas onde se encontra Cristo, sentado à direita do Pai, e onde também está a humilde escrava de Nazaré, já na glória celestial" (JPII, 15-agosto-97).
Os homens e mulheres de hoje vivemos dependentes do enigma da morte. Ainda que o enfoquemos de diversas formas, segundo a cultura e crenças que tenhamos, por mais que o evadimos em nosso pensamento por mais que tratemos de prolongar por todos os meios ao nosso alcance nossos dias na terra, todos temos uma necessidade grande desta esperança certa de imortalidade contida na promessa de Cristo sobre nossa futura ressurreição.
Muito bem faria a muitos cristãos ouvir e ler mais sobre este mistério da Assunção de Maria, o qual nos diz respeito tão diretamente. Porque se chegou a difundir-se a crença no mito pagão da re-encarnação entre nós? Se pensamos bem, estas idéias estranhas à nossa fé cristã vieram metendo-se na medida em que deixamos de pensar, de pregar e de recordar os mistérios, que como o da Assunção, têm a ver com a outra vida, com a escatologia, com as realidades últimas do ser humano.
O mistério da Assunção da Santíssima Virgem Maria ao Céu nos convida a fazer uma pausa na agitada vida que levamos para refletir sobre o sentido da nossa vida aqui na terrra, sobre o nosso fim último: a Vida Eterna, junto com a Santíssima Trindade, a Santíssima Virgem Maria e os Anjos e Santos do Céu. O facto de saber que Maria já está no Céu gloriosa em corpo e alma, como nos foi prometido aos que fazermos a Vontade de Deus, renova-nos a esperança em nossa futura imortalidade e felicidade perfeita para sempre.

11 agosto 2008

Plantazinha Clara

“Louvado sejas, meu Senhor, por me haverdes criado...”


Esta expressão brotou dos lábios e do coração de Santa Clara de Assis pouco antes da sua partida para o Pai.
Hoje voltamos a celebrar esta grande Mulher que, deixando as honrarias do mundo e os pergaminhos da nobreza, se apaixona por Jesus Cristo e se dispõe a segui-lO de uma forma radical ao jeito do Poverello de Assis.
Os sonhos da vida palaciana, de um casamento bem pensado – ao jeito da idade média – depressa passam ao lado das opções da jovem Clara.
Também ela vai buscar para si exemplos e modelos de vida, entrega e doação. Francisco de Assis e os seus companheiros estão presentes no seu pensamento e é com a sua ajuda que ela deixa a casa paterna dos Offreducio para, a meio da noite, e saindo pela chamada “porta do morto (por onde saíam os defuntos), se dirigir com a sua ama ao encontro de Francisco e dos seus irmãos.
É na Igrejinha de Santa Maria dos Anjos da Porciuncula que estes a esperam. A noite brilha com a luz dos archotes e alegra-se com o cantar dos freis. A noite escura torna-se agora mais clara porque é o lugar da Consagração da mulher mais “Clara que o dia”, da jovem esposa de cristo que quer ser também ela Menor entre os Irmãos Menores.
Cortado o cabelo (símbolo da Consagração), vestido o hábito de burel como o de Frei Francisco, e um véu na cabeça tornam-se o início de uma nova forma de Vida Consagrada, a Vida das Damas pobres de S. Damião, que mais tarde vêm a chamar-se, e até aos nossos dias, Irmãs Clarissas.
Clara deixa a Pociuncula e vai retirar-se para esta outra Capela e conventinho, o de S. Damião. Se a Porciuncula é o lugar da fundação da Ordem Franciscana, e todos os Movimentos que ao longo destes oito séculos seguiram e seguem Francisco e a Menoridade. S. Damião é o lugar do chamamento, da vocação e do encontro com o Cristo pobre e crucificado que teima em repetir a Francisco e Clara em cada dia “Vai e repara a minha Igreja que como vês ameaça ruir”.
Francisco e os seus irmãos entregam este lugar especial a Clara e às sua companheiras de vida e oração. Ali, Clara vive a Menoridade de uma forma muito especial, na entrega total a Cristo na oração contemplativa. Clara é o rosto feminino da Ordem Franciscana e aqui ela tem a missão de ser Mãe, Irmã e Mestra das jovens e mulheres que como ela querem seguir Cristo na radicalidade ao Evangelho. Sim, Francisco e a sua forma de ser e estar no mundo e na Igreja, é o modelo, o exemplo a seguir para não trilhar caminhos que afastem do espírito impelido por Cristo à vida de Francisco e seus irmãos.
A oração e contemplação não esquecem a esmola e o serviço aos outros. As irmãs, e Clara com elas, tal como os frades vão pelas ruas a pedir esmola porque a identificação com os pobres era apanágio desta entrega total a Cristo pobre. E são os pobres que tantas vezes acorrem à Irmã Clara pedindo ajuda nas suas dificuldades físicas ou no pedido de orações.
A “altíssima pobreza” torna-se para Clara “o privilégio da altíssima pobreza”. Olhar e viver o voto de pobreza como “um privilégio” é algo apenas para quem tem muito fortemente o Espírito do Senhor, mais, para quem vive nesta terra apenas em corpo porque tudo o demais da vida está sempre em Deus, Aquele a quem louva constantemente por a haver criado.
A pobreza é o nome que ela tanto quer para sua identificação: as senhoras pobres...
Ser pobre implica estender a mão, o olhar e o coração para alguém que pode ajudar, significa estar livre para acolher cada dia e cada momento da história como algo novo, novo amanhecer, novo encontro com Deus e com os irmãos. Clara, como Francisco, tem um grande sentido de pertença à fraternidade. Uma Ordem religiosa que não se sente mais que de Irmãos e Irmãs Menores numa Igreja onde as hierarquias eram tão assentuadas.
Clara não quer viver ao jeito das monjas beneditinas, quer ser Consagrada no recôndito do seu conventinho, mas ao jeito de Francisco. S. Damião torna-se então, no dizer de Francisco, o jardim mais belo plantado por Deus e onde o próprio Cristo o chama a ser Menor. Clara é, neste jardim, a plantazinha de Francisco.
O amor de Clara a Cristo, à Igreja e ao testemunho de vida de Francisco, levam-na a pedir incessantemente ao Papa que lhe aprove a Forma de Vida do privilégio da altísima pobreza, para ela e todas as que quisessem seguir o seu estilo de vida.
Este sentido de pertença e a teimosia da santidade que nela já habitava faz com que, já quase no seu leito de morte, o Papa aprove em definitivo esta norma de vida. Clara pode partir em paz porque viu aprovado, com os seus próprios olhos, o projecto que sentia ser o de Cristo para si. Ela é definitivamente o rosto feminino de Francisco, ela é a Mãe e Irmã de toda a Família Franciscana em todo o mundo e em todos os tempos.
Como refere o nosso Fr. Mário Silva em mensagem enviada: “Em Francisco e Clara encontramos o rio de Água viva = VIDA ABUNDANTE = onde toda a vida é mergulhada, transformada, vivificada, evangelizada e se torna evangelizadora.
Da Porciuncula a S. Damião e por fim à Basílica dedicada a si na cidade de Assis, erguida no local onde se situara a igreja de S. Jorge, onde ela ouviu Francisco pregar e onde esteve o corpo dele escondido até estar acabada a cripta do Sacro Convento.
Ali repousam os restos mortais da Irmã Clara, expostos à veneração dos fieis que de todo o mundo ali acorrem todos os dias em grande número. Nesta mesma Basílica se podem venerar a Cruz de S. Damião, que falou a S. Francisco, os cabelos e vestes de Clara e de Francisco, entre tantas outras relíquias.
Neste dia o nosso coração está em Assis...
Confiamo-nos à oração das Irmãs Clarissas em todo o mundo e imploramos a Deus que continue e conceder à Igreja mulheres como Clara que possam dar mais brilho e calor humano à nossa sociedade contemporânea e a esta Igreja que cada vez mais precisa de modelos a seguir.
Como Santa Clara de Assis dizemos: “Louvado sejas, meu Senhor, por me haverdes criado”.

(Veja também a publicação no “Retalhos” de 11/08/07 e ainda a Mensagem do Sup.Geral OFM às Irmãs Clarissas em www.ofm.org)

02 agosto 2008

PERDÃO DE ASSIS

Certa noite do mês de Julho de 1216, como acontecia em tantas outras noites, na silenciosa solidão da pequena Igreja da Porciúncula, São Francisco ajoelhado, estava profundamente mergulhado nas suas orações, quando de súbito, uma luz vivíssima e fulgurante encheu todo o recinto e no meio dela, apareceu Jesus ao lado da Virgem Maria sorridente, sentados num trono e circundados por diversos Anjos.
Jesus perguntou-lhe:“Qual o melhor auxílio que desejarias receber, para conseguir a salvação eterna da Humanidade?”

Sem hesitar Francisco respondeu: “Senhor Jesus, peço-Vos que, a todos os arrependidos e confessados, que visitarem esta Igreja, lhes concedais um amplo e generoso perdão, uma completa remissão de todas as suas culpas.”

“O que pedes Francisco, é um benefício muito grande,”disse-lhe o Senhor, “muito embora sejas digno e merecedor de muitas coisas. Assim, acolho o teu pedido, com uma condição, deverás solicitar essa indulgência ao meu Vigário na Terra.”

No dia seguinte, bem cedinho, Francisco acompanhado de Frei Masseu, seguiu para Perúgia, a fim de se encontrar com o Papa Honório III. Chegando disse-lhe:“Santo Padre, há algum tempo, com o auxílio de Deus, restaurei uma Igreja em honra a Santa Maria dos Anjos. Venho pedir a Vossa Santidade que concedais, nesta Igreja uma indulgência a quantos a visitarem, sem a obrigação de oferecerem qualquer coisa em pagamento (naquela época, toda indulgência concedida a uma pessoa, estava ligada à obrigação dessa pessoa fazer uma oferta), a partir do dia da dedicação da mesma.”

O Papa ficou surpreendido e comoveu-se com o tal pedido. Depois perguntou: “Por quantos anos pedes esta indulgência?”

“Santo Padre, não peço anos, mas penso em muitos homens e mulheres que precisam sentir o perdão de Deus”, respondeu Francisco.

“Que pretendes, em concreto, dizer com isto?” retorquiu o Papa.

“Se aprouver a Vossa Santidade, gostava que todas as pessoas que venham a visitar a Porciúncula, contritos de seus pecados, em “estado de graça”, confessado e tendo recebido a absolvição sacramental, obtenham a remissão de todos os seus pecados, na pena e na culpa, no Céu e na Terra, desde o dia de seu baptismo até ao dia em que entre na Porciúncula.”

“Mas não é um costume a Cúria Romana conceder tal indulgência!"

“Senhor, disse o “Poverello”, este pedido não o faço por mim, mas por ordem de Cristo, da parte de quem estou aqui.”

Ouvindo isto o Papa cheio de amor repetiu três vezes:“Em nome de Deus, Francisco, concedo-te a indulgência que em nome de Cristo me pedes.”

Tendo alguns Cardeais, ali presentes, manifestado algum desacordo, o Papa reafirmou: “Já concedi a indulgência. Todo aquele que entrar na Igreja de Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, sinceramente arrependido das suas faltas e confessado, seja absolvido de toda pena e de toda culpa. Esta indulgência valerá somente durante um dia, em cada ano, “in perpetuo”, desde as primeiras vésperas, incluída a noite, até às vésperas do dia seguinte.”

A “consagração” da Igrejinha aconteceu no dia 2 de Agosto do mesmo ano de 1216.

A Indulgência da Porciúncula somente era concedida a quem visitasse a Igreja de Santa Maria dos Anjos, entre a tarde do dia 1 Agosto e o pôr-do-sol do dia 2 Agosto. Em 9 de Julho de 1910, o Papa Pio X concedeu autorização aos Bispos de todo o mundo, só naquele ano de 1910, para que designassem qualquer Igreja Pública das suas Dioceses, a fim de que também nelas, as pessoas recebessem a Indulgência da Porciúncula. (Acta Apostolicae Sedis, II, 1910, 443 sq.; Acta Ord. Frat. Min., XXIX, 1910, 226). Este privilégio foi renovado por um tempo indefinido por decreto da Sagrada Congregação de Indulgências, em 26 março de 1911 (Acta Apostolicae Sedis, III, 1911, 233-4). Significa que, atualmente, qualquer Igreja Católica de qualquer país, tem o benefício da Indulgência que São Francisco conseguiu de Jesus para toda humanidade. Assim ganharão a Indulgência, todas as pessoas que estando em "estado de graça", visitarem uma Igreja nos dias mencionados, rezarem um Credo, um Pai-Nosso e um Glória, suplicando ao Criador o benefício da indulgência, e rezando também, um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória, pelas intenções do Santo Padre. Poderão utilizar a Indulgência em seu próprio benefício, ou em favor de pessoas falecidas ou daquelas que necessitam de serem ajudadas na conversão do coração.

Por outro lado, a Indulgência é "toties quoties", quer dizer, pode ser recebida tantas vezes quantas a pessoa desejar, isto é, em cada ano, fazendo visitas a diversas Igrejas das 12 horas do dia 1 de Agosto até o entardecer do dia 2 de Agosto.

Com o passar dos séculos a forma de lucrar esta indulgência sofreu muitas mudanças, alargando a todos os dias para a Igreja da Porciúncula. Esta disposição foi fixada pelo Papa Paulo VI na carta apostólica “Sacrosancta Portiunculae ecclesia” de 14 de Julho 1966. Portanto a Indulgência Plenária na Porciúncula se pode obter todos os dias com as condições já referidas.

Se desejar meditar na Homilia, do Ministro Geral O.F.M., para este dia, encontra-a no sítio da O.F.M.http://www.ofm.org/

(Adaptação de vários textos retirados da net)

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