O caminho que temos vindo a fazer com Jesus culmina neste momento da entrega total a fazer a vontade do Pai.
E a vontade do Pai é que não se perca nenhum dos que Ele lhE havia confiado – NÓS – porque só assim o Pai seria verdadeiramente glorificado no Filho.
É um jardim – que em João é lugar habitual da reunião da Comunidade com Jesus – o lugar do encontro, da traição, da fuga dos seus e da entrega que levas à paz.
Daqui para a frente é o caminhar passo a passo de Anás para Pillatos e deste para os Sumo Sacerdotes que o levam ao gólgota.
Ali presente a MÃE e o DISCÍPULO.
Convido-vos a ver o clip de vídeo que publiquei no blogue em sexta-feira Santa: “A Mãe e o Discíplulo”.
“Tudo está consumado” exclama Jesus.
Esta consumação é a entrega de Cristo por nós e que nos impele a fazer de cada amanhecer da nossa vida, não um amanhecer de cruz e tristeza mas de esperança porque o sol vai alto e o dia da Ressurreição está próximo.
Somos filhos em Maria: “Mulher eis o teu filho”.
Somos irmãos em João: “João eis a tua Mãe”.
E eis-nos a nós, Frades Menores, diante da Palavra e da Cruz. A pregação e anúncio Franciscanos só têm sentido quando, embrenhados totalmente no Cristo recebido na Eucaristia, pegamos na Palavra e anunciamos ao mundo o grande mistério da Cruz. Ali, no dizer de Francisco, “o Amor não é amado” mas, no olhar profundo de cada homem e mulher do nosso tempo, Francisco continua a chamar muitos a seguir Cristo na simplicidade daquele que serve, lava os pés e cura as feridas.
O retiro chega ao fim… Cinco dias em fraterna união, oração, meditação e convívio de irmãos. Francisco de Assis exulta certamente com o coração pobre e pecador de cada um dos seus filhos que se alegram em Cristo e reiniciam passos de Vida.
E amanhã teremos Vida nos três irmãos que farão a sua Consagração ao Senhor depois de um ano de Noviciado e outros três que renovam essa mesma Consagração.
Como S. Francisco dizemos com o coração alegre: “Deus Omnipotente, eterno, justo e misericordioso, concede-nos a nós, miseráveis, que por ti façamos o que sabemos que tu queres, e sempre queiramos o que te apraz, para que, interiormente purificados, interiormente alumiados e abrasados no fogo do Espírito Santo, possamos seguir os passos de teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e mediante somente a tua graça, chegar até ti, ó Altíssimo, que, em Trindade perfeita e em simples Unidade, vives e reinas e tens toda a glória, ó Deus omnipotente, por todos os séculos dos séculos. Ámen!”.



4 comentários:
Olá Frei:
Está chegando ao fim esta sua semana de retiro. Que nele tenha bebido de novo, nas fontes essenciais, as únicas que nos saciam verdadeiramente.
Terminou em plenitude - Getsêmani -
local de entrega, de abandono. local onde Jesus transpira sangue (rocha da agonia). local onde Jesus disse: "meu Pai, não seja como Eu quero, e, sim, como Tu queres"
Confiando com a simplicidade de uma criança, Jesus entregou a Sua vontade a Deus. Mas, esta foi a arma com a qual Ele derrotou o príncipe da morte e emergiu da batalha como Vencedor.
Hoje, em "nosso mundo sombrio, quando estamos em duras provas, tremores e tentações, encontraremos Jesus o Senhor vivo e vitorioso, se usarmos a mesma arma.
Assim, oremos com as mesmas palavras de Jesus: "Pai não se faça a minha vontade, e, sim, a Tua".
Amanhã parto para Fátima para um fim semana de Assembleia Interdiocesana, com o meu grupo.
Levo-o a si e a todos com as vossas intenções no meu coração.
O retiro que hoje fiz com o meu grupo, foi um tempo abençoado. Foi a primeira vez que o fizemos nesta altura do ano e verificamos a riqueza que é, pois permite-nos olhar o ano de actividdes que passou e olhar o próximo ano com outra paz interior. Graças à sua partilha neste canto do céu, eu diria que fui para o retiro, já preparada interiormente.
Continuo a rezar pelos Irmãos que amanhã terão Celebração festiva.
DEUS O ABENÇOE e o FORTALEÇA pelo bem que a todos nos faz e pelo tesouro em que transforma este espaço. Bem Haja
Enquanto estava a ler o texto desta sua partilha, lembrei-me espontaneamente da vigília de oração na última Quinta-feira-Santa, na igreja do Seminário. Naquela noite, quisemos fazer companhia a Jesus na Sua oração ao Pai, na Sua luta por aderir à vontade do Pai. Para mim pessoalmente, aquela noite foi muito especial porque me encontrava nessa mesma luta… O Pai me pedia um SIM que, ao entrar naquela vigília, ainda não estava capaz de dar… Depois de ter estado com Jesus na Sua luta interior, depois de ter reflectido e meditado a Palavra, depois de o silêncio me ter invadido e apaziguado o coração, estava capaz de dizer com Ele, embora entre lágrimas: “Pai, não se faça a minha, mas a Tua vontade!”
Que o SIM daquela hora, repetido muitas vezes até ao dia de hoje…, seja força para “fazer de cada amanhecer, não um amanhecer de cruz e tristeza, mas de esperança” e de bênção para muitos…
E que o SIM dos irmãos, dado e/ou renovado no dia de hoje, seja sinal eloquente da presença de DEUS no mundo que somos chamados a transformar…
Agradeço-lhe de coração pelas partilhas destes dias…
Que Deus e a Mãe o abençoem e acompanhem neste retomar caminho depois da paragem das férias…
SEJA POR CARIDADE!
BLOG1
Encontrei-Te Senhor,
Naquele dia, naquela hora
Naquela primeira visita ao Hospital.
Senti o toque dos Teus dedos
E de Tuas mãos pelo meu corpo.
Com Tua presença me envolveste
Por todos os lados.
Teu olhar cruzou-se com o meu
Entrando bem dentro de mim…
Encontrei-me Contigo
Quis sentar-me ao Teu lado
E no banco daquele jardim
Ouvi Tua Confidência
Escutei Teu desabafo
Acolhi a Tua dor
E senti teu chamamento…
Quis fugir
Meu corpo tremeu
Meus passos pararam
E no degrau da escada chorei…
Dúvidas, perguntas
Cenas vividas,
Sonhos de criança,
Lutas, trevas e Luz…
Passaram vezes sem conta na minha mente…
Ali sentada naquele chão
Quis esquecer, não ouvir
Mas não consegui…
Esse Teu olhar era cativante
O Teu chamamento Forte…
Senti-Te…
E senti-me muito amada…
Por isso disse SIM…Entreguei-me…
Foi naquele dia e continua a ser hoje
Porque é um SIM, uma ENTREGA ETERNA
Um SIM comprometedor
Um SIM arriscado…
Mas um SIM ALEGRE
Um SIM que vale a pena
Porque Te encontrei
E és a razão do meu viver…
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