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04 setembro 2008

Varatojo: Existência: Risco e Oferta (S. Paulo)

Coloca-se agora diante do nosso olhar a perpectiva Paulina da nossa existência enquanto risco e oferta. Para tal tomamos por base o texto que se segue:
“Considerai, pois, irmãos, a vossa vocação: humanamente falando, não há entre vós muitos sábios, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. Mas o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa. Assim, ninguém se pode vangloriar diante de Deus. É por Ele que vós estais em Cristo Jesus, que se tornou para nós sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e redenção, a fim de que, como diz a Escritura, aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” (1 Cor 1, 26-31)
Paulo é um convertido ao Senhor e, por Ele mesmo, chamado à missão apostólica. Não se trata de um mais como tantos milhares que seguiam Jesus e se baptizavam. Paulo segue Jesus para o matar nos Seus irmãos e Jesus depara-se no caminho de Paulo para lhe dar a vida, uma vida nova. Este encontro trabnsforma o Paulo perseguidor no Paulo zeloso pela causa do Evangelho. Podemos dizer que ele se torna assim no apaóslo da liberdade para a qual Cristo nos redimiu.Trata-se de uma libertação redimida com e para o amor. A liberdade cabe nas medidas do mundo mas não fica aí presa, ultrapassa os horizontes do mundo para chegar à redenção definitiva da pessoa humana em Cristo Jesus.
Por isso mesmo podemos afirmar que, esta liberdade redentora, não é uma liberdade política, social ou económica na medida em que estas nem sempre deixam o homem livre para poder ser feliz e ter esperança e objectivos na sua vida. Trata-se daquela realidade última proclamada pelos profetas, trazida à nós pela redenção de Jesus e que se consumará na eternidade como expressão última do amor de Deus por nós. Esta certeza a tem muito clara o apóstolo Paulo e porque não dizê-lo o próprio Francisco de Assis que permanentemente nos apela a fazer tudo com o olhar e o coração em Deus, chegando Francisco a prometer em nome de Deus a vida eterna a quem cumprir a santíssima vontade do Pai. Neste sentido podemos afirmar que um dos maiores legados que estes dois vultos da história da Igreja nos deixaram foi este seu anúncio Kerigmatico.
Aqui deparamo-nos, no nosso existir, com uma dupla perspectiva: o risco e a oferta.
Poderíamos aqui recorrer a alguns textos dos Actos dos Apóstolos, sobretudo os capítulos 13 a 15 onde este anúncio Kerigmático como risco e oferta está bem patente na missão de Paulo e Barnabé. Ouvindo a sua palavra muitos se convertem e baptizam mas outros instigam os judeus e os pagão a que os tratem mal, apedrejem e expulsem das suas terras. Mesmo assim, correndo risco de vida, Paulo e Barnabé continuam sem cessar a sua missão de levar a Palavra de Cristo a todo o mundo pagão.
Vivem o risco de uma existência apostólica pela causa do Evangelho pondo em perigo as suas próprias vidas porque não se trata apenas de assumir uma tarefa mas sim um compromisso que conduz à Fé em Cristo Jesus. A tarefa/missão leva ao crer/fé que compromete o todo do ser humano.
A credibilidade à mensagem ganha força na tarefa exercida quando anunciamos com a vida. Em Paulo esta é manifestada diante dos judeus e pagãos que lutam contra o Evangelho nos nossos dias manifesta-se nos grupos e teorias modernas que procuram esconder o testemunho dos crentes e o anúncio da presença redentora de Cristo em nós.
Mas é aqui que Paulo continua a exclamar em nós: “se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!” (1 Cor 9, 16)
Esta atitude de Paulo traz em si uma espécie de imperativo de consciência da alma, um compromisso credível e vital.
É imperativo anunciar a Cristo que com o Seu poder salvífico vem ao encontro de Paulo no caminho, o chama e envia ao anúncio da Boa-nova.
Cristo é o poder de todos os outros poderes, é eterno e não perecível e falível.
Urge destronizar os poderes do mundo, não destruir mas simplesmente destronizar, através do nosso compromisso kerigmático. Não se trata de substituir nada mas de combater com “dureza” o bom combate da fé. Aqui Paulo continua a dar-nos o testemunho de si mesmo
: “Quanto a mim, já estou pronto para oferecer-me como sacrifício; avizinha-se o tempo da minha libertação. Combati o bom combate, terminei a corrida, permaneci fiel. A partir de agora, já me aguarda a merecida coroa...” (2 Tm 3, 6-7).
Este combate pela fé, e não uma simples luta, tudo leva à obediência a Cristo, não pela inteligência mas pela confiança. Obedecer implica sempre da nossa parte confiar e confiar implica sempre conhecer.
É nesta dialética que a nossa existência se torna um risco na medida em que é uma constante procura do verdadeiro sentido da nossa vida como que num permanente sobressalto:
“Confiai-lhe todas as vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigiai, pois o vosso adversário, o diabo, como um leão a rugir, anda a rondar-vos, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé, sabendo que a vossa comunidade de irmãos, espalhada pelo mundo, suporta os mesmos padecimentos.” (1 Pd 5, 7-9)
Ontem como hoje, Pedro, continua a exortar-nos a esta confiança em Cristo e a estar atentos para que o mundo não destrua o legado da fé que recebemos e que temos a misão vital de anunciar.
O mundo e a nossa sociedade com os seus esquemas e filosofias não se compadece dos que têm fé e a querem anunciar, mas procura de forma mais clara ou mais dissimulada destruir tudo que que é anúncio e testemunho da realidade que Deus é em nós. Por isso mesmo não se avizinham tempos de uma catequização pacífica mas de um bom e são combate pela guarda da fé.
Paulo e Pedro estão presentes no mundo, nas tribulações e nos riscos, mas jamais deixam fugir a ocasião fugitiva, ou seja, não deixam que passe a hora do anúncio. É aqui e agora que somos chamados a ser sinal de Deus no mundo porque amanhã já pode ser tarde, já outros momentos se nos deparam e se não anunciamos no aqui e agora os de hoje perdem a oportunidade da salvação.
Paulo assume a sua existência humana como uma existência em Cristo:
“Estou crucificado com Cristo. Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gal 2, 19-20)
O existir apostólico reflete não só a morte de Cristo mas também a ressurreição pelo modo como os outros veêm que anunciamos. Isto conforta-nos porque na nossa debilidade pessoal, na nossa mortificação, se manifesta a força de Deus como no-lo continua a referir Paulo:
“De bom grado, portanto, prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Por isso me comprazo nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias, por Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte.” (2 Cor 129-10)
Na nossa fraqueza Deus chama-nos a sermos seus colaboradores na ordem da graça e não possuidores da mesma graça de Deus em nós, como no-lo recorda Paulo ao dizer que: “Trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que este extraordinário poder é de Deus e não é nosso. (...) Estando ainda vivos, estamos continuamente expostos à morte por causa de Jesus, para que a vida de Jesus seja manifesta também na nossa carne mortal.” (2 Cor 4, 7-11)
Mais uma vez vemos como o risco da nossa existência se torna oferta na confiança. Arriscar a vida pela causa do Evangelho implica da nossa parte confiar plenamente que Cristo está presente e nos resgata do mal com a Sua ressurreição. Assim, o acto de confiar torna-se um caminho oblativo para todo o cristão.
Se a confiança em Cristo estiver sempre presente em cada um de nós, então o imperativo do anúncio não traz consigo medo ou perturbação. A pedagogia Paulina do testemunho da causa do Evangelho gera-se na certeza de que toda a sua acção é acção que Deus resliza nele através do Espírito Santo. Por isso, quando Paulo visita a Grécia em busca da melhor forma de anunciar a Boa-Nova do reino, toma como referência o altar que encontrou ao deus desconhecido e assim inicia a sua catequese junto dos Atenienses: “Percorrendo a vossa cidade e examinando os vossos monumentos sagrados, até encontrei um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido.’ Pois bem! Aquele que venerais sem o conhecer é esse que eu vos anuncio.” (Act 17, 23)
Paulo não teme a reacção dos Atenienses, corre o risco de poder ser mal tratado como em outras cidades e povos contudo, pegando em algo que já era uma realidade, a fé num deus desconhecido, Paulo inicia uma nova era na relação desta gente com o Sagrado e leva à Fé no Deus único. Não parte da negação do culto existente, não vai contra os altares que ali encontrára mas aproveita o altar do deus que eles não conhecem para o identificar com o Deus de Jesus Cristo e assim, numa pedagogia da liberdade e da confiança apostólica, levar à adesão a este Deus e à fé revelada em Jesus.

4 comentários:

Anónimo disse...

AMIGO:
Obrigada por estas partilhas.
Estes textos são tão ricos e tão profundos, que são para nós ir mastigando... no dia a dia da nossa vida.
Para mim a grande meta é "Confiar sempre na acção do Espírito Santo em nós."

Fala-se aqui muito nos textos de S. Paulo, então tendo em vista o ano de São Paulo, desejo colocar neste blog alguns pontos que possam nos ajudar a conhecer melhor a pessoa e a grande obra do Apóstolo dos Gentios, e a sua grande importância para a Igreja.

Neste artigo vamos fazer um resumo das principais viagens de São Paulo.
Porque o Papa instituiu este Ano? Certamente para que o mundo cristão medite sobre a grandeza da obra de São Paulo, e sejamos animados a fazer o mesmo que o grande Apóstolo fez; isto é, levar Jesus Cristo e o Evangelho até aos confins da terra. “Ai de mim se eu não evangelizar” (1 Cor 9,16). Há hoje um certo esmorecimento no “zelo apostólico”; e até dentro da Igreja há um certo acomodamento no sentido de não se levar o Evangelho a todos os povos da terra, deixando que os mesmos se salvem pelas suas próprias crenças, dentro de uma mentalidade perigosa de que a salvação está em todas as religiões. É o relativismo religioso que o Papa tem condenado insistentemente. Nada mais oposto ao Evangelho; aceitar isso seria trair radicalmente Jesus Cristo, que instituiu a Igreja para levar a única salvação a todos os povos. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for baptizado será salvo, mas quem não crer será condenado”. (At 16, 15-16).
PAZ E BEM!

Anónimo disse...

Gostava de referir apenas duas frases que me tocaram particularmente: “A liberdade cabe nas medidas do mundo mas não fica aí presa, ultrapassa os horizontes do mundo para chegar à redenção definitiva da pessoa humana em Cristo Jesus.” E: “Podemos dizer que ele (Paulo) se torna assim no apóstolo da liberdade para a qual Cristo nos redimiu. Trata-se de uma libertação redimida com e para o amor.”

Apetece-me acrescentar simplesmente a palavra de Santo Agostinho: “Ama e faz o que quiseres!” – Porque, se amarmos realmente, com o Amor que vem de Deus e que é Deus, faremos sempre a vontade do Pai e não a nossa. Se amarmos realmente, não procuraremos os nossos próprios interesses, mas a causa do Reino, o anúncio da Boa Nova e o bem dos outros. Se amarmos realmente, seremos instrumentos de libertação e de paz: “Só o Amor liberta!”

Obrigado, Albertino, por partilhares connosco o dom do teu retiro…
Abraço!

Anónimo disse...

Meu Deus que semana tão rica.
Obrigada "Mariana", fico à espera de mais "vida de S. Paulo" vinda de si.
Ao ler esta partilha, lembrei-me de quantas vezes o nosso telefone è "atacado" com convites para comprar isto e mais aquilo, com uma enorme insistência e só "aguentamos a conversa" porque muitas vezes são amigos nossos...
E muitas vezes penso: se tivessemos assim esta "febre" pelo anúncio do Evangelho, o mundo estaria bem melhor.Tenho no ouvido a Família Franciscana a cantar "Ai de mim se não evangelizar..."
Ponho ao serviço de Deus a minha loucura, debilidade e o nada que sou...
Amigo, bem haja por partilhas tão belas, por tantos ensinamentos.
Seja por Caridade

Anónimo disse...

Façamos como S. Paulo O “Caminho de Damasco”, tal como é conhecida essa caminhada que Paulo faz. È um percurso que tem em Paulo uma exemplaridade única, mas que se torna necessário que todos o façamos, como itinerário espiritual e pessoal: a partir de nós, dos nossos projectos ao encontro de Deus e aceitar esvaziar-se, cair abaixo de nós mesmos, para aceitar novos desafios e re-encontrar o encanto do Projecto de Deus a nosso respeito. Mais do que encontrar um caminho que nos leve a Cristo,em Paulo nós aprendemos dele que CRISTO é o CAMINHO.
Bem-haja Irmão por tanta riqueza e sabedoria partilhada ao longo de toda esta semana.

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