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30 dezembro 2007

Sagrada Família

Hoje celebramos a Festa da Sagrada Família. É claro que todos os dias são dias de celebrar Maria, José e o Menino contudo, este é um dia para que os contemplemos com um olhar diferente, o olhar da ternura de Deus.
Deixo aqui a partilha que recebi e que não poderia ser melhor reflexão acerca do testemunho que nos vem desta entrega ao projecto do Pai.
Obrigado LM por enviar e partilhar connosco.
Da minha parte partilho a ternura – para mim assim o sinto – da simplicidade do presépio que fiz aqui junto à minha secretária. É também aqui que recordo os amigos.

"DIA DA SAGRADA FAMÍLIA!

Uma Família que acredita nos sonhos de Deus…
Os sonhos de Deus são diferentes dos nossos; e Mateus, introdu-los nas histórias de infância de Jesus: em sonhos, José recebe o anúncio do Anjo ( Mt.1,20), em sonhos os Magos são avisados para não voltarem a Herodes (Mt.2,12), em sonhos, José é advertido por mais três vezes (MT. 2, 13.19.22). Estes sonhos são constituídos apenas por palavras, Palavras do Senhor, que pedem para ser Acolhidas…
São uma maneira de apresentar a" Revelação da Vontade de Deus" aos dois esposos e de indicar a disponibilidade completa deles, e segui-la prontamente, sem qualquer resistência… E Eu (nós)? Como acolho (acolhemos) a PALAVRA?... Esta revelação?
Os problemas que a Sagrada Família teve de enfrentar também não foram simples…
Ao contrário do que acontece hoje nas famílias, onde os momentos de crise, as dificuldades, constituem por vezes motivo de separação, afastamento e desagregação familiar…
Na Família de Nazaré os obstáculos tornaram-se um estímulo ao diálogo, à união, no serviço ao mais fraco e mais necessitado de ajuda, a manter a mente e o Coração em DEUS… Eles moveram-se sempre juntos, estiveram sempre em sintonia, encontraram-se sempre de acordo nas Decisões a tomar… Aqui JESUS dá-nos o exemplo de Criança Frágil e Indefesa… protegido, acolhido com toda a TERNURA, por José e Maria… Eu como acolho Jesus disfarçado nas pessoas que sofrem, nos que perdem a esperança, naqueles que buscam o sentido da vida às apalpadelas, nas crianças maltratadas, nos velhinhos em solidão, e também nas pessoas que não sentem necessidade da Luz de Jesus…

O SEGREDO DA UNIÃO: Por AMOR, Renunciaram aos seus sonhos, e fizeram seu, o "Sonho de Deus"…
O Amor acumula sempre tesouros diante de Deus. O Amor Verdadeiro é sempre Gratuito e Incondicional… Foi o que aconteceu na Família de Nazaré.
Esta lição ajuda-nos a descobrir os sonhos de DEUS a nosso respeito…

Obrigado por me acolheres com alegria neste cantinho tão rico e tão belo, como o nosso blog.
OBRIGADA…

L.M."

28 dezembro 2007

Feliz Natal

FELIZ NATAL

Repicam sinos, com fervor, nos campanários,

alvoroçados com notícia que os seduz;
gritam aos povos e aos recantos solitários:
Nasceu Jesus! Nasceu Jesus! Nasceu Jesus!

A boa nova vem dos magos legendários,
aqui trazidos pela estrela que conduz:
bichos, pastores, anjos, todos solidários,
reverenciam o pequenino rei da LUZ!

Menino Deus que se fez homem por bondade,
doou-se a nós, livrando-nos de todo o mal,
e ensinou-nos que a maior felicidade
é ser fraterno, amando a todos por igual.

Enquanto houver alguém que viva essa verdade,
ao relembrar o nascimento divinal,
a voz dos sinos se ouvirá na Eternidade:
Feliz Natal! Feliz Natal! Feliz Natal!

(Patrícia Neme)

25 dezembro 2007

O Verbo fez-se Carne... Jesus nasceu!

"O Verbo fez-se Carne e habitou entre nós, e vimos a Sua Glória de unigénito do Pai, cheio de graça e verdade!"

Meus amigos que por todos os cantos deste mundo entrais nesta janela que é o "Retalhos". Esta é a grande certeza que anima a vida de cada Cristão... Deus veio habitar no meio de nós...

Quantas palavras hoje poderiam descrever sentimentos, cânticos lindos e tradições por todo o mundo, Celebrações que de uma forma ou de outra marcaram, gestos e sorrisos, tantas coisas poderiam ser ditas...

Com esta primeira foto do presépio feito na igreja do nosso Seminário, e vislumbrando ao longe o Sacrário com um dos simples mas belíssimos arranjos florais, quero simplesmente dizer OBRIGADO A CRISTO por ter nascido por e para nós...

Obrigado a todos os que fostes sinal de nascimento nesta noite e neste dia...

Para todos vós os meus mais que sinceros votos para um Natal cheio de paz e alegria, dentro da fragilidade humana que somos, que Cristo possa dar algum alento e esperança.

Junto a este presépio e aos mais de dez espalhados por todo o Seminário recordo cada um de vós, mesmo os que não conheço, implorando do Menino Deus a bênção, a saúde e a paz.

Com um abraço fraterno de paz e bem!

Frei Albertino S. Rodrigues (O.F.M.)

23 dezembro 2007

O Teu Amor, Jesus! Com Francisco até Belém.

(Estava eu diante do computador a pensar o que escrever para este dia... Creio que Cristo sabia o que melhor poderia colocar aqui, PARTILHA do coração de alguém... Neste dia em que nos recordamos que "A Virgem há-de conceber e dar à Luz um Filho - EMANUEL - Deus connosco", nada melhor que um coração a falar ao Coração do Amor do Emanuel. Aqui partilho, com as devidas autorizações, esta bela reflexão e o poema lindíssimo que se lhe segue. Terminamos o advento nesta certeza: Deus é Amor em Jesus que vem ao nosso encontro... OBRIGADO LM)


A dois dias do Natal, sozinha, recordo o longo caminho que conduz a Belém.
De joelhos ofereço-lhE as minhas lágrimas que neste momento caem sem querer, pelo sofrimento que me habita…
Não só de sofrimento, mas talvez também de arrependimento por não compreender a lição maravilhosa de Belém… no que têm sido para mim estes últimos dias… concretamente hoje de manhã e a seguir à Eucaristia…. sem falar dos acontecimentos anteriores…
JESUS é um DOM de AMOR; O Natal é a festa do AMOR PURO e GRATUITO; o Natal é a mais Bela Notícia que se pode dar aos homens…Em vez de me enternecer de alegria, neste momento a dor é tão profunda que não consigo sorrir interiormente… Senhor, só TU sabes o porquê…e o que interiormente me habita…
TU o DEUS Infinito, estás tão próximo de mim, ligado Irreversivelmente a mim, por PURO AMOR, por uma Irresistível Explosão de Bondade…por isso apesar deste sofrimento que me inunda, vontade de Amar a Vida, e encher-me de optimismo a toda a Prova…
Senhor, TU sabes que eu sou uma mulher pobre, simples, disponível, agradecida, analfabeta, de joelhos diante de TI; a TI me entrego inteiramente…Cuida de mim…
Uma coisa tenho a certeza que sei… (sei simplesmente que nada sei)
Escuto a Tua Voz de Crucificado…como Francisco de Assis (….)
Apesar de tudo sinto-me emocionada, meu querido Jesus, ao desejar-te neste momento, UM FELIZ ANIVERSÁRIO…
Em cada Natal és Tu o festejado, mas quantas vezes os homens se apropriam da Tua festa…e Te deixam a um canto, perdido numa vaga recordação, sem empenhamento, sem coração e sem Hospitalidade Sincera!...
Todos os anos troco, trocamos com os Irmãos, desejos de felicidades e apercebo-me que o Teu nascimento também é o meu, o nosso nascimento: nascimento da esperança, nascimento da vida, nascimento do AMOR, nascimento de Deus, na gruta da minha pobreza…
Mas…- como me desagrada ter de reconhecê-lo! – O Teu Natal está ameaçado por um falso Natal que, de forma prepotente, nos invade, nos arma ciladas e nos narcotiza até ao ponto de já não vermos nem sentirmos o apelo do verdadeiro Natal: o Teu Natal, o Natal de que todos precisamos!
Querido Jesus! Muitas perguntas se atropelam no meu coração, transformando-se num forte convite à conversão…Ainda sinto Jesus, quão distante está o meu Natal, o nosso Natal, do Teu Natal…
No Natal, ó Jesus, Tu, não celebraste a consoada, nem ficaste instalado em nenhum hotel luxuoso; nasceste pobre, escolheste a humildade de uma gruta e os braços de MARIA a " pobrezinha" como gostava de Lhe chamar Francisco de Assis, um grande especialista do verdadeiro Natal…
E agora no silêncio da noite, junto de Ti, onde tudo é Paz e serenidade, estou mais serena, mais tranquila, desejo-Te de todo o coração, mais uma vez, FELIZ ANIVAERSÁRIO JESUS!
Mas eu tenho medo que a Tua festa, não seja a minha festa, a nossa festa… Muda-me o coração ó Jesus, para que eu me torne BELÉM e saboreie a alegria do Teu Natal, com Maria, com José, com os pastores de ontem e de hoje, com São Bento Menni, com São Francisco de Assis e com tantas almas, cujo coração fixou a sua residência em BELÉM.
Jesus, desejo Bom Natal a todos os homens…

LM

TAMBÉM FRANCISCO ME LEVA A BELÉM

Ó Francisco, muitas vezes o meu orgulho
Afasta-me de Belém;
Mas, quando estou longe de Belém,
Também estou longe de Cristo!
Tu, Francisco, amavas Belém,
Não para seguir uma moda,
Nem por contestação,
Nem por vingança,
Nem por exibição.
Tu amavas Belém,
Porque amavas Cristo nascido em Belém.
Tu amavas Cristo;
É este o segredo e a explicação
Das tuas opções e da tua vida.

Leva-me a Belém,
Tal como levaste Frei Leão
Pelos caminhos da Úmbria e da Itália
E durante a viagem,
Lhe abriste a tua alma,
E lhe indicaste a caminho da perfeita e verdadeira alegria.

Francisco, hoje o dinheiro
Tornou-se um ídolo monstruoso;
Muitos por dinheiro, matam sem piedade
Numa guerra que não tem tréguas;
Muitos por dinheiro sequestram irmãos
E, por vezes até crianças,
Demonstrando uma ferocidade pior
Do que a do lobo de Gubbio;
Muitos por dinheiro vendem droga
E destoem jovens maravilhosos,
Na flor da vida,
Semeando o desespero em pais
Que já não têm lágrimas para chorar.

Muitos por dinheiro vendem o próprio corpo,
Destruindo a dignidade e a beleza de uma vida
Criada e pensada pela grandeza do Amor;
Muitos, por dinheiro…

Tu, pelo contrário, escolheste a pobreza,
Amaste a pobreza,
Pois compreendeste que o Bem,
O Sumo Bem da Vida,
É Jesus Cristo,
Nascido na pobreza de Belém,
Para nos oferecer a riqueza
Do espírito Santo,
Que é o Amor, Amor Verdadeiro, Amor Pleno.

Francisco! Eu preciso tanto
De regressar a Belém!
Preciso de reencontrar
A plenitude da liberdade,
Manter a alegria de dar,
Para caminhar neste mundo
Em direcção aos Novos Céus e à Nova Terra.

Francisco! Frente à gruta do Natal
Não quero aparecer vestida com peles
Ou com o último grito da moda,
Para aí deixar uns trocos de egoísmo.
Quero calcar o egoísmo aos pés
E começar,
Por fim,
A não fingir que celebro o Natal,
Mas a celebrá-lo de facto, com o coração,
A Teu lado,
Para seguir Cristo na alegria do verdadeiro Amor,
Assim seja! Assim seja o meu Natal, o nosso Natal!...

21 dezembro 2007

Tempo de Esperança


Recados e Imagens - Feliz Natal - Orkut
Natal é tempo...
de dar um toque na vida com as cores da esperança,
da fé, da paz e do amor. Também é tempo de preparar,
no nosso coração e no nosso lar,
um espaço para acolheras sublimes lições da Sagrada Família de Nazaré
e aceitar as inevitáveis surpresas da vida.
Natal é tempo...
de olhar para o céu,encantarmo-nos com a luz das estrelas
e seguir a estrela-guia.
É tempo abençoado de dar mais atenção
à criança que mora em cada um de nós
e às que encontramos no nosso peregrinar,
à procura do caminho que nos leva ao Deus Menino.
Natal é tempo...
de mais uma vez ouvir, acolher
e repetir a mensagem alegre dos Anjos de Deus.
É tempo de acalentar sonhos de harmonia e paz e,
olhando para os “anjos aqui na Terra”,
dar a nossa contribuição,
para tornar este nosso espaço
um pouco mais parecido com o Céu.
Natal é tempo...
de contemplar o Menino Jesus e Sua Mãe
e envolvermo-nos em silêncio orante.
É tempo de agradecer as manifestações de Deus
e deixarmo-nos extasiar por esse Divino Amor que,
na fragilidade de uma Criança, nos braços de Maria,
veio iluminar nossa fé.
Natal é tempo...
de olhar para o mundo, alimentar a chama do amor
e apreciar o milagre da vida. É tempo de seguir com atenção
e humildade os passos dos pastores
e os daqueles que têm coração simples e,
em gestos de ternura,
sintonizar mentes e aconchegar corações.

Natal é tempo...
de pensar no irmão próximo e distante
e de colaborar para o renascer do amor.
É tempo de, amorosamente, recompor a vida,
perdoar e abraçar, com a ternura
e a misericórdia do Coração de Deus,
as memórias da nossa infância e dos anos que já vivemos.
Na jubilosa esperança do Natal de Jesus Cristo,
estejamos atentos para perceber
e realizar o bem que estiver ao nosso alcance
e sermos um compreensível eco da mensagem de paz
daquela noite em que, gerado por obra do Espírito Santo,
de Maria nasceu o Salvador.
(autor desconhecido)

12 dezembro 2007

Antífonas do Ó

As antífonas que aqui foram colocadas estão agora, inseridas num texto explicativo da sua origem e função na liturgia.

Mantemos esta imagem aqui por causa das vossas partilhas e comentários colocados sobre as mesmas antífonas.

Convido-vos a aprofundar o mistério que estas antífonas encerram e rezam na nova postagem do dia 18 de Dezembro.

Que a Senhora do "Ó" a todos cumule com as Suas graças e bênçãos.

VEM SENHOR JESUS!

09 dezembro 2007

Manifesto de apoio a D. Luís Cappio

Manifesto de apoio
dos Frades Franciscanos da Província Santa Cruz
a Dom Luís Cappio


Tal como no ano de 2005, os frades franciscanos em Minas Gerais e sul da Bahia vêm manifestar o seu apoio e solidariedade a Dom Frei Luís Cappio, que reiniciou a sua greve de fome em favor do Rio São Francisco, das populações ribeirinhas, dos pequenos agricultores e dos quilombolas.

Compreendemos que a greve de fome é um ato profético diante da recusa do Governo Federal em estabelecer um autêntico debate acerca da polémica obra de transposição do Rio São Francisco. O Governo Federal alega que o diálogo existe e que Dom Cappio e entidades civis se recusam a tomar parte no mesmo. Entretanto, a que pode levar esse suposto diálogo com a sociedade civil, quando a transposição já está em andamento e existe a firme determinação do Governo Federal em levá-la adiante?

Esperamos que a retomada desse ato extremo de colocar a própria vida em favor de uma causa maior consiga mobilizar a sociedade civil e os meios de comunicação, para que façam a devida pressão junto ao Governo Federal e aos partidos que sustentam o actual governo, a fim de paralisar as obras de transposição e priorizar a revitalização do Rio São Francisco.

A nossa herança franciscana de cuidado com a natureza, que remonta aos tempos de São Francisco de Assis, bem como a preocupação essencial de nosso carisma com a justiça, a paz e a ecologia, nos impulsiona a não ficar calados diante dessa grave situação. Portanto, colocamo-nos a favor da revitalização do Rio São Francisco, como um gesto de protecção à vida e defesa dos pobres que dele dependem. E dizemos não à sua transposição. Queremos somar forças com todas as pessoas e organismos que defendem a causa da revitalização do Rio São Francisco, dentro de um processo que salve a vida do rio e a dos pobres, sem causar danos à natureza e à água.

Ao Governo Federal cabe a principal responsabilidade pela determinação em levar adiante as obras de transposição. A ele cabe, igualmente, a responsabilidade pelo desfecho desta luta de Dom Cappio.


Província Franciscana de Sta Cruz – Brasil
Praça São Francisco das Chagas, 195
Bairro Carlos Prates
30710-350 – Belo Horizonte – MG
Fone: (0xx31) 3469-5500 Fax: (0xx31) 3462-9838

08 dezembro 2007

IMACULADA CONCEIÇÃO

Imaculada Conceição

O dogma proclamado a 8 de Dezembro de 1854 por Pio IX declara a santidade da Virgem Maria desde o primeiro momento da sua existência

1. O dogma da Imaculada Conceição, proclamado a 8.12.1854 por Pio IX (Bula “Ineffabilis Deus”), declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, desde a sua Conceição, ou seja, que ela foi preservada desde sempre da mácula do pecado original, no qual nascem todos os filhos de Adão. Enquanto estes estão privados da graça divina, a Virgem Maria foi toda pura, santa e imaculada desde o início da sua vida. Esta foi desde sempre a convicção profunda da Igreja, que viu na Virgem Maria a ‘Nova Eva’ (S.Ireneu).
2. Apesar da sua reconhecida devoção a Nossa Senhora, homens como S. Bernardo, S. Alberto Magno, S. Boaventura (Franciscano – séc XIII) e S. Tomás tiveram dificuldade em admitir a Imaculada Conceição, porque difícil de conciliar com o dogma da universalidade da Redenção.
Proclamar a Imaculada Conceição parecia implicar retirar a Virgem Maria da órbita da Redenção em Jesus Cristo, a qual, por ser necessária e absoluta, era tão universal como o pecado original. Se a Virgem Maria não estivesse incluída no número dos que contraíam o pecado de Adão, ficava então igualmente excluída da redenção, e esta não seria universal, pois não abrangeria todos os descendentes de Adão.
Perante esta alternativa, foram como que obrigados a negar o privilégio de Maria até ser possível conciliá-lo com o dogma da universalidade da redenção em Cristo.
3. A solução do problema foi dada pelo beato Duns Escoto (Franciscano- séc. XIV), segundo o qual a Imaculada Conceição não exclui a Virgem Maria da redenção, porque ela foi preventivamente redimida pelo seu próprio Filho. Ela foi antecipadamente redimida e por conseguinte preparada para a sua divina maternidade. Esta explicação acabou por ser recebida na teologia e nas declarações do magistério.
4. Como todos os dogmas, também a ‘Imaculada Conceição’ foi a solene proclamação da fé do povo de Deus, do sentir da Igreja, do que nós poderíamos chamar a ‘devoção popular’. A ‘Imaculada Conceição’ caracteriza o catolicismo em Portugal, tendo sido sob esta invocação Nossa Senhora proclamada por D. João IV Rainha e Padroeira de Portugal, no dia 25 de Março de 1646, título que nenhum regime, mesmo o republicano e o que surgiu de Abril de 1974, foi capaz de abolir.
Na Universidade de Coimbra, ela é a Padroeira, ainda hoje, e houve tempos em que defender esta verdade da fé era título de honra e compromisso de todo o lente daquela Universidade! Mas que significa para nós hoje este admirável mistério?
5. O dogma da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria foi a solene confirmação do mistério central da fé. A Virgem Maria foi pensada por Deus como a mediadora do mistério da Incarnação.
Porque chamada a ser a mediadora deste mistério, a Virgem Maria não podia ser pensada senão como a primeira totalmente redimida, e como a primeira redimida é que ela concebeu sem pecado o Filho de Deus, porque sem pecado foi concebida.
Ao acolher a Palavra do Anjo, a Virgem Maria permitiu que a Palavra eterna de Deus assumisse a carne do pecado e por causa desta assunção ela foi previamente redimida pelo seu próprio Filho. Por ela o Verbo de Deus entra na história, inaugurando o tempo da Graça e da Liberdade dos filhos de Deus.
A Virgem Maria abriu a porta do mundo para o Advento do Deus redentor, na carne da humanidade. Ela é por excelência a primeira na ordem da Redenção.
O dogma da Imaculada Conceição proclama que ela desde o início do seu ser não foi apenas envolvida pelo mistério da Graça da redenção prometida, mas a primeira redimida pelo seu Filho que ia gerar; este dogma toca, portanto, no centro do mistério da Redenção.
A ‘Imaculada Conceição’ mostra a Virgem Maria como a primeira na ordem da Redenção, Redenção esta que não pode acontecer sem ela. Sem a Imaculada Conceição da Virgem Maria não seria pensável a redenção, como vitória divinizante da natureza humana sobre o pecado do mundo.
6. A Virgem Maria é a primeira redimida: depois dela e por meio dela, todos são chamados a participar na vitória da redenção, através do baptismo, pelo qual o homem é regenerado, e chamado também a ser santo e imaculado na presença de Deus.
A Imaculada Conceição eleva a Virgem Maria a paradigma da antropologia cristã. Ela manifesta de um modo eminente a transfiguração do homem que se opera pela participação no mistério de Cristo, com o qual por graça o homem é chamado a configurar-se.
A Imaculada Conceição da Virgem Maria revela a ontológica transfiguração do ser e da existência na relação com o Verbo de Deus encarnado. Paradigma da antropologia cristã, a Imaculada Conceição é o caso eminente da redenção pela graça, a que ela corresponde, na plena liberdade do ‘ecce ancilla’, no mistério da Anunciação. Não apenas do ‘homem novo’, mas também da Igreja.
Mariano, com certeza, o dogma da ‘Imaculada Conceição’ é também eclesial, porque nela se espelha o que é o mistério da Igreja a qual, tendo na Virgem Imaculada a sua figura excelsa (cf. LG 53; 63), é também santa e imaculada, Mãe e Virgem puríssima dos seus filhos gerados nas águas do baptismo.
Por isso, com razão na ‘Imaculada Conceição’, a Igreja e todos os fiéis exultam de alegria, talvez como em nenhum outro dia, porque aí está o exemplo das maravilhas de Deus na história, do que Ele pode fazer na Igreja e na vida de cada crente se como a Virgem Santa Maria cada qual se colocar na mesma atitude de filial obediência e de amor, naquele cujo Nome é grande e que grandes coisas realizou na sua humilde serva! Bem-aventurada a nação que se honra por tê-la como Mãe e Padroeira!

José Jacinto Ferreira de Farias, scj (www.ecclesia.pt)

07 dezembro 2007

Imaculada... és nossa Mãe!

Amanhã é um grande dia. Aquela que foi concebida sem mancha do pecado original é celebrada em todo o mundo.
Neste dia de vigília nada como a contemplação e a escuta que nos prepara para acolher, mais uma vez, tão grande mistério que Maria encerra na Sua história que é também a nossa história.
(desactivar a música do blog para escutar o clip de vídeo)

02 dezembro 2007

Advento

A palavra Advento vem do latim 'Adventus', que significa a vinda. Denominava-se, no princípio, com este termo o tempo de preparação para a segunda vinda de Cristo, ou parusia e não o nascimento de Jesus como agora o conhecemos. Na Igreja primitiva meditava-se sobre passagens evangélicas que falam do fim do mundo, o juízo final e o convite de São João baptista ao arrependimento e à penitência para estarem preparados. Não se sabe desde quando se comemora como hoje em dia o fazemos, nas quatro semanas que antecedem o Natal. Apesar desse Tempo ser muito peculiar nas Igrejas do Ocidente, o seu impulso original provavelmente veio das Igrejas Orientais, onde era comum, depois do Concílio Ecuménico de Éfeso em 431 dedicar sermões nos domingos anteriores ao Natal, ao tema da Anunciação. Em Ravena, na Itália (onde era grande a influência Oriental) São Pedro Crisóstomo fazia esses sermões (+ 450).A primeira referência que se tem a esse Tempo é a do Bispo de Tours, França, chamado Perpétuo (461-490) que estabeleceu um jejum antes do Natal, que começava a 11 de Novembro (Dia de São Martinho de Tours). O Concílio de Tours (567) faz menção ao tempo do Advento. Esse costume, que se conhecia como quaresma de São Martinho, estendeu-se por várias paróquias na França pelo Concilio de Macon em 581.O período de seis semanas foi adoptado pelas Igrejas de Milão e pelas Igrejas da Espanha. Na Itália somente aparece no século VI, quando foi reduzida provavelmente pelo Papa São Leão Magno (590-604) para quatro semanas antes do Natal.
“Com o primeiro domingo de Advento inicia-se o novo Ano litúrgico e, de maneira mais específica, começa o período de preparação para o Natal do Senhor. A Igreja inteira, peregrina no mundo, põe-se de novo espiritualmente a caminho rumo ao Messias esperado.Deus é 'Aquele que vem': veio até nós na pessoa de Jesus Cristo; vem ainda nos Sacramentos da Igreja e em cada ser humano que implora a nossa ajuda; virá na glória no final dos séculos. Eis por que o Advento é caracterizado pela expectativa vigilante e laboriosa, alimentada pelo amor e pela esperança, que se difunde no louvor e na súplica e se transforma em obras concretas de caridade fraterna.O Advento é o tempo mariano por excelência, porque Maria é Aquela que de maneira exemplar esperou e aceitou o Filho de Deus que Se fez homem. A Virgem Maria nos ajude a abrir as portas do coração a Cristo, Redentor do homem e da história; nos ensine a ser humildes, porque o olhar de Deus se detém sobre o humilde; nos faça compreender cada vez mais o valor da oração, do silêncio interior, da escuta da Palavra de Deus; nos estimule a uma íntima e sincera busca da vontade de Deus, mesmo quando ela põe em crise os nossos projectos; nos encoraje a esperar o Senhor, partilhando o nosso tempo e as nossas energias com quem se encontra em necessidade.”(João Paulo II)

Adaptação de:@ Church Fórum, in http://www.fatima.com.br

28 novembro 2007

Ícones activos

Paz e bem!

Como tereis reparado o blog, na sua nova "apresentação" tem alguns ítens de ligação. O objectivo é colocar ali ligações rápidas a serviços ligados à Ordem Franciscana e à Igreja. Neste momento estão já activos excepto o das Fontes Franciscanas. Tenho os textos já em formato word mas ainda não consegui um site para os alojar e depois fazer a hiperligação. Provavelmente terei de criar um outro blog mais simples com o objectivo de aí colocar os referidos documentos. Creio poder enriquecer assim a beleza e serviço que este espaço pretende ser para todos os que aqui vindes.
Nos separadores "S. Francisco" e "Documentos" encontrais ligação a dois sites Franciscanos do Brasil. Esta é a minha seleção no momento mas podem alterar quando outros mais actualizados encontrar. Nos "Documentos" encontrareis os últimos que foram editados ao nível dos 800 anos da Ordem e também de Santa Clara, já que no site geral da Ordem a maior parte destes textos não estão em Portugues. Aqui os temos traduzidos pelos nossos irmãos do Brasil.

De momento é a actualização que disponho. Esperemos outras.

"Que o Senhor vos dê a Sua paz"

25 novembro 2007

Cristo Rei e Senhor

Falar de reis, hoje em dia, parece estar fora de moda, a não ser aqueles que corem atrás de revistas cor de rosa ou de escândalos por parte daqueles que têm que medir cada passo ou palavra.
Hoje o mundo celebra o REI, Cristo Rei e Senhor do Universo.
É um facto que, para muitos, isto não passa de mais uma devoçãozinha católica. Mais ainda parece ganhar forma esta expressão se tivermos em conta que muitos dos que olham as celebrações estão baptizados em nome deste Rei e Senhor. Ungido em Seu Nome, a maior parte não pôde escolher, é um facto, viram agora o dedo e o escárnio para os que procuram levar a sua fé com valores, sentindo a presença forte de Deus em Cristo que Reina pela acção do Espírito.
Como entender este reinado? Não deveria ele ter acabado naquela tarde e naquele monte calvário? Não morrera ali Aquele a quem chamavam Rei?
A promessa de Deus não pode ficar esquecida do coração humano: “Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás rei de Israel”.
Todos os anciãos (…) ungiram David como rei de Israel.” (2 Sam 5,1-3)
Este texto é o início do cumprimento da promessa Divina. O Messias Rei não podia vir até nós sem uma história e, na linguagem bíblica, uma história humana. Como aceitar, ao tempo, alguém que reine e governe se não estiver já inserido numa linha de realeza? Então é preciso ungir um rei, um simples pastor que é escolhido por Deus para apascentar o Seu Povo e levar pelos tempos a herança do Messias que virá a ser chamado “Filho de David”.
Samuel marca aqui um ponto crucial na história da Salvação. Deus faz caminho com o Seu Povo e aponta para a escatologia final onde outro Rei será coroado.
Lucas (Lc 23,35-43), coloca-nos diante de um trono, um Rei e um reinado. A Cruz sustenta o Rei prometido. Parece que qualquer reinado terminaria ali no gozo e chacota de quantos interrogam este Rei que se deixa morrer de forma tão vergonhosa como um condenado, um malfeitor. Por cima d’Ele, diz Lucas, um letreiro dizia: «Este é o Rei dos judeus».
Esta frase, parece ter ferido a mente farisaica dos espectadores ali presentes. A Verdade da realeza de Cristo incomoda muitas vezes. Ele era Rei e não queriam admitir ter condenado um Rei.
O gozo vai ao ponto de um dos condenados afirmar: “Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também”.
À dureza de tal rancor – sim, eu sinto nestas palavras rancor e uma espécie de olhar que aponta e condena – vem a resposta de um par, alguém merecedor do juízo, da condenação e talvez da morte: “Ele nada praticou de condenável”.
E acrescentou: “Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza”. Dois olhares centrados num coroado de espinhos, um Rei que padece no patíbulo. Um de rancor, ódio e não aceitação de uma vida pouco digna. Outro que repreende com justiça, com coerência de vida – mesmo que no fim da vida – e que simplesmente manifesta uma atitude de fé de de esperança no Reino de Cristo. Curiosamente Cristo não dirige a palavra ao “mau ladrão” mas ao que o olha com arrependimento simplesmente responde: “Hoje estarás comigo no Paraíso”.
Como os Judeus poderíamos nós perguntar com que autoridade diz Ele tais coisas. Era um homem condenado, ia morrer naquela Cruz, como poderia falar de Vida nova. Como poderia Ele dizer que naquele mesmo dia o homem arrependido entraria no paraíso? Isto é visto como um escândalo, a salvação prometida não tinha ainda – aos olhos daquela gente – encontrado a hora. Só lá no fim dos tempos se daria a vida nova, não naquele dia de trevas e choro. Quem é este Rei coroado de espinhos que se arroga ao direito de dizer palavras que só a Deus se podiam consentir?
E temos a resposta de Paulo na Carta aos Colossenses (Col 1,12-20)
Deus acolhe-nos no Seu coração misericordioso, torna-nos “dignos de tomar parte
na herança dos santos”
apontando já a meta da nossa vida rumo a uma inserção “para o reino do seu Filho muito amado”. ,
Então afinal Cristo é Rei. Tem um reino que lhe é dado pelo Pai, reino que Ele construirá pela redenção da humanidade inteira. Este reino não é uma realidade visível, é algo de tão grande densidade espiritual que não poderemos nunca abarcar a sua imensidão enquanto peregrinos nesta terra. Aqui fazemos caminho na esperança de chegar ao reino novo, na escatologia que acontece no encontro com Deus e que se perpetua após a morte em Cristo. Ele, no dizer de Paulo, “é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; (…) n’Ele foram criadas todas as coisas (…) Ele é anterior a todas (…), n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja (…), é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar.”
É desta forma que Paulo nos remete para a grandeza da realeza de Cristo. Não é um rei qualquer, Ele é o Rei, mais que isso, é o Senhor da história, o Senhor do universo, Aquele que existiu desde sempre e sempre existirá. Em Cristo existe a plenitude da graça do Pai, a reconciliação definitiva da criação inteira com o Criador. Este texto de Paulo obriga-nos a reler o episodio da Cruz. Afinal teria ou não Jesus razão para dar sentido à fé e esperança daquele ladrão que lhe pede um lugar no Reino? Que sentido faz a afirmação do “hoje estarás comigo…”?
Paulo diz que só em Cristo são reconciliadas todas as coisas. Uma reconciliação que restabelece a paz e a união dos que andavam perdidos, dos que se tinham afastado do amor do Pai Criador: “pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus.”
Hoje olhamos para este Rei e Senhor… fez sentido sim aquela Cruz, aquela entrega, aquele momento de morte que leva à vida em Deus.

Que Cristo Reine em cada um de nós e que o olhemos como o Senhor…

21 novembro 2007

RETALHOS... novo rosto!

Não, não vos assusteis!
Entrastes no blog certo, o vosso que nasceu há um ano… RETALHOS…
Eis a criança que reclamava roupa nova, mais bonita e moderna. E eis que de loja em loja, montra em montra (blogues, entenda-se) o Amigo mais velho – sim, porque não quero ser “paizinho” – foi olhando novos modelos e perguntando como se vestiria uma criança de um ano com eles? Ficaria bem? Gostariam os AMIGOS e os desconhecidos que fazem parte destes Retalhos? Mas… nem sempre parecia ser a melhor roupagem e… o melhor modelo.
Então havia que perguntar a quem pudesse ajudar e – que ajuda, Deus meu – veio lá do outro lado do oceano, do Brasil.
Entrei no blog de Áurea
(http://templatesparavoce.blogspot.com), fiz perguntas e ela respondeu. Mais que isso. Prontificou-se a fazer um “template” para o nosso blog e aqui está ele, com nova imagem. Mais ainda, transcrevo o que ela mesma me escreveu no e-mail onde me enviou o template: “espero que goste, não vou disponibilizar este template no blog (pessoal de Áurea) para que seja exclusivo seu”. Depois disto e muitos e-mails trocados, e mesmo visualização e ajuda on-line, aqui está o resultado do trabalho desta Amiga por quem a partir de hoje nutro um carinho e sentimento de gratidão.
OBRIGADO ÁUREA!!!

Depois foi copiar todas as coisas para as poder inserir de novo aqui…
E como apresentar o novo olhar do blog – imagem do cabeçalho – que pudesse ser reflexo do que eu sempre procuro partilhar aqui convosco?
Mãos à obra! Escolha de imagens, fazer composição, alojar num site para poder colocar online. Surgiu esta que encima este texto. Gostei mas… faltava alguma coisa…
Mãos à obra de novo…
Queria um cabeçalho simbólico…
Pensei numa janela aberta ao largo, sem muros na frente, livre como uma ave no céu azul ao som das ondas do mar.
E como eu gosto do mar… então porque não um rosto, rosto humano que contempla a partilha da AMIZADE, ali presente numa ROSA branca…
Claro que não podia faltar a Palavra, revelada ou escrita, de Deus, de Francisco, dos Amigos…
O Escudo geral da Ordem Franciscana – braço de Cristo e de Francisco – caderno e caneta apontando para aquela magna saudação de Francisco “Pax et Bonum”.

E eis aqui o nosso blog, com novo rosto mas sem esquecer tudo o que o tornou tão grande e o fez chegar ao outro lado do mundo, as partilhas de todos… OBRIGADO pelo vosso tempo e Amizade, pela vossa visita e palavras, pela vossa presença silenciosa mas que… é tempo dedicado.
A vós, todos meus, AMIGOS recordo que “foi o tempo que perdeste com a tua rosa que a tornou tão importante para ti” (Saint Exupery).
E a amizade presente em cada gesto e partilha reafirma em mim a palavra Sagrada ao dizer que “o verdadeiro amigo é um tesouro. (…) quem o encontrou, descobriu um tesouro.” (Bem Sira 6, 5-17)

“Benedicat tibi Dominus”

A. R.

18 novembro 2007

Profeta da Justiça.

Recebi há pouco uma sms de alguém dizendo:“Venho fazer uma súplica. Hoje senti necessidade de ler algo mais profundo sobre o Dia do Senhor do que a homília que ouvi… Porque não escrever algo no blog? (…)”

Depois de duas Missas Dominicais volto às leituras. Não sei se para fazer alguma reflexão profunda, sabeis que não sou biblista e destas coisas eles sabem em profundidade, mas para voltar a escutar o que a Palavra tem para me dzer. E se me disser algo a mim, certamente poderá querer dizer o mesmo aos amigos.

O profeta Malaquias (Mal 3, 19-20ª) anuncia o “Dia do Senhor”. Este anúncio parece, logo à partida, estar cheio de negatividade onde surge um Deus castigador à mente daqueles que não souberem continuar a ler até ao fim. O Dia do Senhor, diz o Profeta, é “ardente como uma fornalha”. Nós que falamos sempre deste dia como dia de Salvação e não de castigo podemos aquietar-nos logo aqui e não escutar mais a Palavra. Deus não é castigador, não quer o mal dos Seus filhos, obra das Sua mãos. O castigo não é de Deus mas das nossas atitudes que afastam de Deus. Por isso o Profeta diz que é castigo para os ímpios mas sinal de bênção e salvação “para vós que temeis o meu nome,” e continua a promessa de que para estes nascerá o sol de justiça”.
Deus intervém na nossa história não para castigar mas para salvar. A perseverança levar-nos-á ao encontro deste projecto salvador de Deus.

O Salmo que nos é proposto rezar - Salmo 97 - conduz assim a nossa alma a cantar e rejubilar na alegria desta promessa porque “O Senhor virá governar com justiça”.
E neste salmo a aclamação ganha vida nas danças, nos instrumentos musicais, na alegria de que o Senhor virá ao nosso encontro para nos salvar. É o convite a que a terra, o céu, o mar, tudo cante em louvor Diante do Senhor que vem, para julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos com equidade.

Paulo na Carta aos Tessalonicensses (2 Tes 3, 7-12) faz um alerta claro ao que deve ser a nossa atitude de espera pelo Senhor. Não devemos ficar parados como que à sombra da árvore à espera que Ele venha. Em Paulo é muito clara a acção de Deus por nosso intermédio. Cristo vem em cada momento através dos que estão connosco. É nos amigos, irmãos, homens e mulheres que connosco convivem que a salvação se realiza no hoje da nossa vida. Falta muitas vezes ao mundo e à Igreja esta consciência de que formamos todos o Corpo de Cristo e que todos nós, membros activos desse Corpo, temos que trabalhar pela causa do Reino. O trabalho afasta a ociosidade e traz a alegria da partilha e do anúncio do Reino. Paulo dá o testemunho de si mesmo: “Vós sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos entre vós na ociosidade, nem comemos de graça o pão de ninguém. (…) Quem não quer trabalhar, também não deve comer. Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, (…). A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem.”
Esta exortação de Paulo parece dura mas na verdade não é. Ele olha os cristãos com muito amor, com preocupação de pai e irmão mais velho na fé, com solicitude pastoral pelo rebanho que Cristo lhe confiara. Exortar é um bem quando é sinal de amor e caminho percorrido e nisso – Paulo – foi um dos mais exímios pilares da nossa fé. O mundo de hoje precisa ouvir muitos “Paulos” que apontem a verdade que liberta, por vezes dura esta verdade, mas significativa e significante no sentido que nos acorda para um cristianismo em formas e moldes novos mas sempre de trabalho e testemunho. Comer o Pão da Palavra revelada e da Eucaristia fraterna tem que ter, obrigatoriamente, da nossa parte o eco positivo de quem arregaça as mangas e trabalha pelas causas do Evangelho. Veio-me agora à mente a preocupação de Bispos e Padres, catequistas e educadores na fé, pais e avós pelo facto de se sentir que a Igreja parece estar a envelhecer. As nossas homilias por vezes tão pobres (as minhas certamente tantas vezes o são), onde a maior parte dos cristãos sem saber o que fazem na assembleia, sem escutarem a Palavra, sem serem capazes de querer, sim querer, fazer algo pelo bem das Comunidades. Poderia dar aqui o exemplo de tantos incentivos que eu mesmo tenho feito, para cantores, leitores, acólitos e… olho para tanta gente que bem poderia dar um pouco mais de si e as nossas vivências de fé seriam tão mais ricas. Mas… também é verdade que temos muito a agradecer a Deus, e como temos, por aqueles – poucos mas bons – que já dizem sim em tantos serviços pastorais e eclesiais.
Paulo desafia-nos a ser como ele, a imitarmos o seu testemunho de humildade e serviço.

No Evangelho (Lc 21, 5-19) temos Aquele que Malaquias prometera estar para vir julgar com justiça a anunciar a forma como iria cumprir a dita promessa de salvação: “Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”.
Escutar esta Palavra de Cristo leva a pensar no Templo de Jerusalém mas o Templo que é o próprio Cristo, da qual todos nós somos pedras vivas, é maior e mais importante.
Cumprir a Salvação prometida implica dar a vida pelas pedras vivas que somos. Mas é o próprio Cristo que alerta para os perigos que o mundo tem e para as consequências desses perigos, ou da entrega a esse mesmos. O anúncio de traição, catástrofes, guerras e famílias desavindas, julgamentos e morte parece querer deitar de novo por terra a promessa de justiça divina. Mas vem logo em seguida e certeza de que em todas estas situações Deus não abandona os que n’Ele confiam e a Ele se entregam: “Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. (…) nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas”.
Escutar isto da boca de Jesus leva-me a encontrar a paz e a serenidade dos que vivem a fé com sacrifício. Ser salvo por Cristo, como dom do Pai na acção do Espírito, não é simplesmente esperar que aconteça – já o referimos – é outro sim esperar actuando de acordo com a mesma Palavra que Cristo nos dá de que nada acontece por acaso porque o Pai está connosco e não nos abandona. Se o fizesse estaria a abandonar a obra das Suas mãos, a vontade do Seu coração e a força da Sua Palavra: “FAÇA-SE” como nos refere o livro do Génesis concluindo este “faça-se” por dizer que “Deus viu que tudo era bom”.

Que estas minhas simples palavras, escritas sem rascunhos, apenas lendo os textos com os olhos e escrevendo com a fé, possam ser uma outra forma de olhar a Palavra que nos aponta o caminho do bem e do mal desafiando a nossa coragem a trabalhar pelo bem. Só assim poderá acontecer salvação. Só assim Cristo poderá vir reinar com justiça em nós e por nós.

Ah e já agora… esperem porque em breve o blog mudará… para onde?
Pois… vamos ver… dentro de dias já não vereis mais este blog como está agora… atentos e… até breve…

11 novembro 2007

Alegria Franciscana... imperdível!

Antes de deitar procurei na net algumas coisas sobre a Igreja da Santíssima Trindade e olhem onde acabei por parar...
Este clip recordou-me o grande congresso dos frades mais jovens de toda a Europa em que participei há uns anos em Florença.
Foi assim, tal como neste vídeo, em plena praça da cultura, à noite, mas com mais de 300 frades e cerca de dois mil jovens de toda a Itália.
E recordo o cântico que eu mesmo traduzi ao vir de lá e tantas vezes cantei com jovens: "a minha vida és só tu, Senhor... porque Tu me deste a vida... fizeste existir... me deste carinho... me deste amor..."

É a verdadeira e perfeita alegria Franciscana...
PAX ET BONUM!

07 novembro 2007

Retalhos... um ano depois...

Há um ano atrás pouco sabia eu acerca deste assunto e, por isso, a primeira reacção a tal iniciativa foi a de dizer que não valia a pena e que eu nada percebia do assunto.
A teimosia de um AMIGO leva a que nasça o blog e desde logo, quase ao jeito de brincadeira, lhe impus o cunho da amizade e a partilha desse dom reflectida em RETALHOS. A amizade foi a génese do blog e o mote só poderia ser o texto de Bem Sirá 6, 5-15.
Foi no dia 3 de Novembro de 2006. Nascia este blog que aos poucos se foi tornando o que os visitantes, vós meus amigos, quisestes que ele fosse.
Passado um ano é-me muito grato ver a informação das visitas (contadas a partir do dia 19 de Fevereiro de 2007:
(Running total of visits to the above URL since 19 Feb 2007: 14,911). Quase 15000 visitas e tantos momento partilhados, sentimentos manifestados e tanta, tanta coisa aprendi.
A música desaparecera na Quaresma e é precisamente aí – Domingo de Ramos – que, depois de uma tarde de dedicação de alguém muito especial, aprendo a colocar extras em html no blog. E foi uma Semana Santa de reflexão com os clips de vídeo que mais me aproximaram do Mistério da Salvação.
Decidi então que este blog teria todo o cunho do Poverello de Assis e aí está sempre a sua Bênção para todos nós. O cunho na palavra, na imagem e na música.
Quantas palavras recebidas, estímulo para continuar, correcções aos meus erros – que muito agradeço – poemas e orações posições face à VIDA, à sociedade e comunicação social…
Hoje sinto-me feliz mas cada vez menos conhecedor deste grande mistério que é a Internet.
E os retalhos chegaram a outros cantos do planeta, na língua Lusa ou em outras línguas.

Passou um ano…
O meu sentir neste momento é de alegria e gratidão porque se este blog existe devo-o a quem impulsionou, ajudou a tornar mais bonito, a todos vós que aqui vindes à procura de paz, de uma palavra, da partilha que é de todos ou simplesmente da bênção de Deus em Francisco…


Futuro… diz o povo que este a Deus pertence…
Algo mudará neste blog, estamos a tratar disso, com a ajuda dos amigos de cá e de lá do outro lado do mundo…
PARABÉNS a todos os meus AMIGOS que fazem deste espaço um ponto de encontro. Este espaço é de todos, como a manta de retalhos ou de arelos que os meus avós paternos tantas vezes teceram sentados ao tear. Retalhos que compõem a mais bela manta que aquece, protege, e acaricia a caminhada…

OBRIGADO A TODOS POR SERDES PARTE DESTES RETALHOS…

Com muita gratidão… Albertino Rodrigues O.F.M.

02 novembro 2007

O riso dos nossos Santos (JP II)

Por opção não coloquei nenhum texto, aqui, por ocasião do dia de todos os Santos ou de Fiéis defuntos...
Para mim é mais o tempo da memória, da Vida e da Fé... a Fé na ressurreição como nos recorda a liturgia destes dois dias.
Mas... hoje, por e-mail, alguém traz de novo à minha vista um clip de vídeo...
Não tenho dúvida que lá no céu a alegria é bem maior do que a que João Paulo II viveu e nos mostrou enquanto peregrino e Pastor neste mundo.
Em comunhão com a Igreja celeste e com todos os que ainda peregrinam na terra, fica aqui a alegria de um Homem, um Papa e - para mim sem dúvida - um Santo...
(desactivar o som da música que está a tocar e clicar sobre o vídeo para o poder ver e ouvir... VALE A PENA)

31 outubro 2007

Mês do Rosário (Dina)

Ao terminar o mês de Outubro, mês do "Rosário" partilho convosco algumas considerações/reflexões feitas a partir da "Carta Apostólica de João Paulo II de 16 de Outubro 2002, (Rosarium Virginis Mariae)

O Rosário é por natureza uma oração orientada para a Paz, precisamente por que consiste na contemplação de Cristo; Príncipe da Paz e "nossa paz" (Ef 2,14).
Quem assimila o mistério de Cristo – e é esse o objectivo do rosário – apreende o segredo da paz e dela faz um projecto de vida. Além disso devido ao seu carácter meditativo, com a serena sucessão das "Ave Marias", exerce uma acção pacificadora a quem o reza, predispondo-o a receber e experimentar em profundidade e a espalhar ao seu redor a paz verdadeira, que é um Dom especial do Ressuscitado (cf. Jo 14,27; 20,21).
O Rosário é oração de paz também pelos frutos de caridade que produz. Se for recitado devidamente como verdadeira oração meditativa, ao facilitar o encontro com Cristo nos mistérios, não pode deixar de mostrar também o rosto de Cristo nos irmãos, sobretudo nos que mais sofrem…
Como seria possível nos mistérios gozosos, fixar o Mistério do Menino nascido em Belém, sem sentir o desejo de acolher, defender e promover a Vida, sem se preocupar com o sofrimento das crianças nas diversas partes do mundo? Como se poderiam seguir os passos de Cristo revelador, nos mistérios da luz, sem se empenhar em dar testemunho das "bem-aventuranças" na vida diária? E como contemplar a Cristo carregado com a Cruz ou Crucificado, sem sentir a necessidade de se fazer "cireneu" em cada irmão abatido pela dor ou esmagado pelo desespero? Enfim, como se poderiam fixar os olhos na glória de Cristo Ressuscitado e em Maria coroada Rainha, sem desejar tornar este mundo mais belo, mais justo, mais conforme ao desígnio de Deus?
O Rosário ao mesmo tempo que na leva a fixar os olhos em Cristo, torna-nos também construtores de paz no mundo. Pelas suas características de petição insistente e comunitária, em sintonia com o convite de Cristo para "orar sempre" sem desfalecer (Lc 18,1), permite-nos esperar que também hoje, se possa vencer uma "batalha" tão difícil como é a da paz. Longe de constituir uma fuga dos problemas do mundo, o Rosário leva-nos assim a contemplá-los com olhar responsável e generoso, e alcança-nos a força de os considerar com a certeza da ajuda de Deus e o firme propósito de testemunhar em todas as circunstâncias "a caridade, que é o vínculo da perfeição" (Cl 3, 14).

"Ó Rosário bendito de Maria, doce cadeia que nos prende a Deus, vínculo de Amor que nos une aos Anjos, torre de salvação contra os assaltos do inferno, porto seguro no naufrágio geral, nunca Te deixaremos. Serás o nosso conforto na hora da morte.
Seja para ti o último beijo que se apaga. E a última palavra dos nosso lábios há-de ser o Vosso nome suave, ó Rainha do Rosário de Pompeia, ó nossa Mãe querida, ó Refúgio dos pecadores, ó Soberana consoladora dos tristes. Sede bendita em toda a parte, hoje e sempre, na terra e no Céu". (Papa João Paulo II)

Na verdade, contemplar a vida de Jesus juntamente com Maria – é essa a essência do Rosário para mim.
Quando rezo o Rosário com o pensamento em Maria, contemplo o Seu exemplo…porque ELA (Maria) também nos confere uma missão: "Fazei o que ELE vos disser" (Jo 2,5).Maria vivia voltada para Cristo: "conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração" (cf.Lc,19-51). "Estas coisas" são os mistérios de Jesus, que, contemplados, irradiam toda a sua força salvífica…


SENHORA DO ROSÁRIO DÁ-ME UM CORAÇÃO SEMELHANTE AO TEU

Senhora do Rosário, Mãe de Deus e minha Mãe,
Dá-me um coração de criança,
Puro e transparente como uma fonte.
Um coração simples,
Que não saboreie a tristeza;
Dá-me um coração generoso em entregar-se,
Terno e sensível à compaixão;
Um coração Grande e Fiel,
Que não esqueça nenhum benefício
E não guarde rancor…

Senhora do Rosário, dá-me um coração manso e humilde,
Que ame sem exigir ser amada;
Ardente por desaparecer,
Diante do Teu Divino Filho, em outro coração;
Senhora do Rosário, dá-me um coração magnânimo e invencível,
Que nenhuma ingratidão o feche,
Que nenhuma indiferença o canse;
Dá-me um coração abrasado pela glória de Jesus Cristo,
Ferido pelo Seu Amor com uma ferida que não se fecha até ao Céu…

Senhora do Rosário, Mãe da Igreja,
Em Ti se realizou o projecto da salvação
Em Ti Deus fez maravilhas com a Sua luz a graça
Tu Maria Falas-nos de Deus.
Da Sua Bondade e do Seu Amor por nós
Tu és a estrela que nos conduz para ELE,
O sol que brilha no Céu da Humanidade

Senhora do Rosário, Tu és nossa Mãe
Estás sempre connosco
E os nossos caminhos são também Teus.
Ilumina-nos com o Teu olhar sereno e puro
E ensina-nos como Tu a meditar a Palavra, os acontecimentos em nosso coração.
No Teu coração de Mãe, coloco todos os que sofrem,
Os que vivem sós, que sentem maior desespero na vida,
Os que não encontram sentido para a sua existência.
Tu que és consolo, que és protecção e refugio,
Revela-Te presente, conforta-os no Teu Amor…

Senhora do Rosário, ensina-nos a vivermos e sermos agradecidas
Pelos Dons de Deus, pelas maravilhas na nossa vida.
Acompanha-nos em cada dia
Na Missão que também Tu nos confias
Em favor dos mais pobres, necessitados e doentes.
Acolhe-nos a todos no Teu Coração
E ajuda-nos a ser como Tu, a acolher e amar a vontade de Deus
Sobre cada uma de nós…
Senhora do Rosário, roga por nós pecadores…


Dina

28 outubro 2007

EUREKA!!!Músicas no blog


(Esta imagem é a foto da bênção de S. Francisco dada a Frei Leão e onde podemos ver o Tau como assinatura do Santo)





Caros amigos, paz e bem!

Há muito que eu queria aprender a colocar músicas que eu gosto aqui no blog Muitas horas diante do computador e eis que se faz luz. Antes de terminar este mês de S. Francisco de Assis, inicio novas coisas no blog: um relógio todo “canónico” e agora a realização de um sonho, colocar aqui a música linda da bênção de S. Francisco cantada pelos nossos alunos do grande Colégio Antoniano – em Bolonha – onde há tantos anos se realiza o maior festival infantil e que todos recordamos: “Sequino d’oro”. Não posso deixar de partilhar a mesma letra mas na versão musical da autoria do nosso Fr. Mário Silva e cantada pela Família Franciscana Portuguesa.

Agora, daqui para a frente, colocarei aqui faixas de música que podereis ouvir clicando com o rato em cima do nome da faixa, se precisar duas vezes. Depois de terminar uma música inicia-se automaticamente a seguinte. Só falta saber como em vez de aparecer "faixa 1" poderei inserir o título da mesma. Será que alguém sabe?
Deliciai-vos com esta primeira maravilha musical, uma das canções franciscanas mais belas que já ouvi cantar.

A esta se seguirão muitas mais.

Grato uma vez mais pela vossa passagem neste cantinho pequenino de todos os retalhos da nossa vida.

AR

21 outubro 2007

MISSÃO... "além das forças"


Hoje celebramos o DIA MUNDIAL DAS MISSÕES.

Poderíamos escrever muito sobre a missão, ad gentes ou ad intra, destes 21 séculos de cristianismo e oito de Franciscanismo.
Prefiro voltar a Fr. Mário Branco e, através das suas palavras de anunciador da Palavra, fazer homenagem a quantos deixaram tudo pela causa do Evangelho, testemunhas da entrega e renuncia amorosa, da paz e do amor a Deus e aos outros.


Além das minhas forças

Vai além das minhas forças
Beijar a mão que me fere,
Sorrir a quem me doesta,
Distribuir copos de água
Enquanto morro de sede.

É tão difícil, Senhor,
Tentar dar-me como o trigo
A toda a fome ignorada,
Consentir que me triturem
As duras mós da fadiga,
Calar cá dentro o protesto
De mil renúncias custosas
E não ser capaz, não ser,
De cumular o abismo
Que me separa de Ti!

É tão difícil, Senhor,
Não responder com desprezo
Àqueles que me desprezam
E continuar a rir
Quando apetece chorar!

E eu quero que seja assim
Mas só por Ti, pelo amor
Que me encadeou a boca
No sangue do Teu silêncio
E me segurou os braços
Nos braços da Tua Cruz.

(Frei Mário Branco – in “O céu é perto”)

17 outubro 2007

Mendigo, meu amigo vem!

Hoje é o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
Não posso terminar o dia sem recordar aqueles que pelas ruas do mundo são os pobres de facto, não por opção, a pobre que a vida marcou e tantas vezes injustamente.
Olho à volta e noto que cada vez mais o foco entre ricos e pobres (materialmente falando) se intensifica. Que fazer perante isto?
O mundo do consumismo, que tanto fala dos pobres – os pobres coitadinhos – esquece e passa ao lado dos que sofrem a dor da solidão, da falta de meios e bens necessários à sua digna existência.
Governos sucessivos prometem acabar com a pobreza humana, reúnem-se G 8, Nações Unidas, e parece que quanto mais se fala deste fenómeno, no intuito de atenuar o seu crescimento, mais pobres temos e encontramos ao nosso lado.
Que fazer?
Que pode o comum cidadão fazer para ajudar a suavizar a dor dos que nada têm materialmente falando, sem esquecer os também chamados “pobres de espírito” que tantas vezes levam a que a sua própria vida seja de pobreza material.
Há muito pobres pelas nossas terras, sozinhos e de todas as idades, muitos abandonados à sua sorte (ou má sorte) enquanto os que prometem melhorias não deixam os seus faustos banquetes, cargos e ordenados, carrões e empregados… e prometem mais dignidade de todos os que são cidadãos iguais em direitos e deveres. Condições para que estes direitos sejam um dado adquirido parece cada vez mais na penumbra, condições para que os deveres de cidadãos responsáveis seja uma realidade está também cada vez mais longe de ser uma realidade ao alcance de todos.
Poderia voltar ao texto que escrevi sobre um voto, uma eleição, nas últimas eleições realizadas mas… só reforçaria o que então escrevi.
Hoje tenho trazido na mente uma música que guardo numa cassete tão velhinha, talvez mais que eu, e que sempre gostei.
Deixo aqui a letra de tal música (não sei o autor nem quem canta) ao jeito de solidariedade com os que são os pobres da nossa sociedade, os mendigos de nada para quem tudo é riqueza e importância.
Pelos pobres peço a Deus, que Ele nos indique o melhor caminho e onde ajudar os que mais precisam.
Homenagem também a quantos no silencio da sua vida ajudam tantos mendigos das nossas ruas, lares, suas casas… e tantos – felizmente – cristãos empenhados na solidariedade que deveria ser de um Estado…

Fica a letra como partilha:

“Mendigo, meu amigo vem!
Vem sentar-te à minha mesa
Não te envergonhes da pobreza
Contigo pobre é que eu me sinto bem.

Quando por essas ruas vais, sozinho,
Diz-me cá se já encontraste alguém
Que te fitasse bem,
Te parasse e ajudasse no caminho

Lá porque usas sacola
E é só por isso que te dão esmola
Porque ninguém sofre o dor
Que o outro tem e é daí que o mal provém

Vem sentar-te à minha mesa
Bebe do meu vinho,
Come do meu pão,
mendigoMeu amigo, meu irmão..."

Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz…

14 outubro 2007

A Casa de Deus (está assente no chão)

A casa de Deus está assente no chão
Os seus alicerces mergulham na terra
A casa de Deus está na terra onde os homens estão
Sujeita como os homens à lei da gravidade
Porém como a alma dos homens trespassada
Pelo mistério e a palavra da leveza

Os homens a constroem com materiais
Que vão buscar à terra
Pedra vidro metal cimento cal
Com suas mãos e pensamento a constroem
Mãos certeiras de pedreiro
Mãos hábeis de carpinteiro
Mão exacta do pintor
Cálculo do engenheiro
Desenho e cálculo do arquitecto
Com matéria e luz e espaço a constroem
Com atenção e engenho e esforço e paixão a constroem

Esta casa é feita de matéria para habitação do espírito
Como o corpo do homem é feito de matéria e manifesta o espírito

A casa é construída no tempo
Mas aqui os homens se reúnem em nome do Eterno
Em nome da promessa antiquíssima feita por Deus a Abraão
A Moisés a David e a todos os profetas
Em nome da vida que dada por nós nos é dada

É uma casa que se situa na imanência
Atenta à beleza e à diversidade da imanência
Erguida no mundo que nos foi dado
Para nossa habitação nossa invenção nosso conhecimento
Os homens constroem na terra

Situada no tempo
Para habitação da eternidade

Aqui procuramos pensar reconhecer
Sem máscara ilusão ou disfarce
E procuramos manter nosso espírito atento
Liso como a página em branco

Aqui para além da morte da lacuna da perca e do desastre
Celebramos a Páscoa

Aqui celebramos a claridade
Porque Deus nos criou para a alegria

(Sophia de Mello Breyner Andresen )

12 outubro 2007

Fátima da SS.ma Trindade


Sendo eu um grande devoto de Nossa Senhora de Fátima, não poderia deixar passar este mês sem dar o meu pequeno contributo para o “Retalhos”.
Este Mês de Outubro é particularmente rico em homenagens à "Nossa Mãe". Além da tradicional celebração do "milagre do sol", este ano temos a alegria da inauguração da nova basílica para a consagração do culto a Nossa Senhora de Fátima.
Esta nova basílica vem proporcionar a todos os que visitam Fátima, mais um local onde nos podemos encontrar e dialogar com Maria, pois em Maria podemos encontrar o amor e carinho que só uma mãe nos pode dar, e que, por mais voltas que demos à nossa vida, e por mais tempo que nos esqueçamos dela, quando a ela recorremos, ela lá está, sempre pronta para nos receber e ajudar. Só uma Mãe é que está sempre de braços abertos para os seus filhos, mesmo quando estes passam anos e anos sem se lembrar dela ou sem a visitar.

Também não podemos esquecer o exemplo de Cristo, que quando estava de partida para a casa do Pai, entrega-nos a sua Mãe. Cristo entrega-nos o afecto a protecção da sua Mãe a todos os seus irmãos, partilhando assim connosco o amor e a protecção de uma Mãe.
Quando estava pregado na cruz, não partiu sem entregar o seu maior tesouro (pois para nós, a nossa Mãe é o nosso maior tesouro). "Disse Jesus a Maria: Mulher, eis aqui o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis a tua Mãe."

Além de habitualmente só estarmos preocupados connosco, não podemos de modo algum esquecer que quando os filhos se esquecem da Mãe, ela sofre por não ter os seus filhos perto dela e não os poder ajudar nas horas de aflição. Maria quer estar sempre connosco.

A mensagem da Virgem de Fátima continua actual nos dias de hoje, só com amor e devoção podemos mudar o mundo.

Termino com uma pequena oração que demonstra a grandeza de Maria, mesmo para aqueles que não são cristãos:


Avé-Maria dos índios Carajás

Salve, Maria formosíssima,
o Pai que mora na Tenda-da-chuva está contigo.
Entre as mulheres és a mais bela
e lindo é Jesus, teu pequenino.
Maria bondosa, do Pai que mora na Tenda-da-chuva
tu és a mãe. Fala por nós que somos maus,
agora e no sol em que morremos.
Amen.

(in "Mensagem e orações inesquecíveis" de José Alberto)

João Miguel






07 outubro 2007

Solidariedade com Judeus

Neste momento vejo notícias…
No cemitério do alto de S. João uma celebração marca a indignação e repúdio para com o vandalismo a que as sepulturas judaicas foram alvo.
Numa sociedade de livre expressão e onde o diálogo inter-religioso é uma realidade feliz, não podemos admitir que se façam actos destes.
Sinto alegria, como diz neste momento a representante do Judaísmo, pela solidariedade por parte das confissões religiosas, e mencionou muitas ali presentes, bem como políticos.
O nosso dever de cidadãos é, em horas destas “ser Judeus” no sentido de estar ao lado da justiça e respeito pela dignidade e fé dos outros (ou da não fé).
Profanar túmulos de homens e mulheres que, de uma forma ou de outra, foram concidadãos connosco, e aqui no caso homens e mulheres de fé, se – para mim jamais seria compreensível – não poderei aceitá-lo no nosso tempo.

Solidarizo-me com todos os irmãos Judeus, que tão grande legado, da Palavra revelada, nos deixaram, e rezo ao Senhor Deus da Aliança que perdoe a quem profanou túmulos sagrados.

SHALOM

30 setembro 2007

PIE JESU (Sarah Brightman)

Chegamos ao fim do mês de Setembro...
Este é um mês marcado para sempre na história humana... o dia que mudou muito da visão do nosso mundo...
Lembro sempre que, naquele 11 de Setembro, também um Franciscano - Capelão dos Bombeiros de Nova Iorque - correu para dar a mão aos que sofriam e... a irmã morte o chamou ali mesmo, junto com os seus...
Acabo de chegar de Fátima... lá, no olhar da Mãe, depois de ter baptizado uma linda menina, Diana, a chuva caia forte e o céu parecia querer escurecer a meio da tarde.
Mas o brilho do olhar da Mãe ali estava, sempre lindo e acolhedor, sempre a dizer: "meu filho eu amo-te, mesmo aí onde sentes que a tua vida parece afastar-se da minha e da de Deus, é aí que eu mais te amo porque mais precisas de mim..."
Ao sentir que ELA olhava e dizia no íntimo esta certeza de paz e perdão, todos entreguei... como Michel Quoist "aqui os trago ó Mãe, são todos os que cabem no meu coração..."
Já em casa delicio-me com este clip de vídeo que chegou do outro lado do atlântico.
E porque faço dele a minha oração da noite, aqui a pertilho também convosco.
O Senhor vos dê a paz...

23 setembro 2007

a Tua Luz...


Onde está a Tua Luz, Senhor?...
A da vela que acendi
Apenas me deixa ver
Os meus próprios contornos…
A da candeia que alumiei
Só me deixa enxergar
O que me cerca…
A da fogueira que ateei,
Nada mais me deixa entrever
Para além dos caminhos que daqui partem…

Tenho medo, Senhor…
Se avançar à luz da vela,
Seguirei o meu caminho, não o Teu…
Se usar a da candeia,
Tropeçarei nas sombras que me abraçam,
Não chegarei a ver o caminho…
Se seguir até onde as chamas do fogo me levam,
Não saberei qual o caminho a escolher,
Qual a Tua Luz aponta…

Onde está a Tua Luz, Senhor?...
Sem Ela não sei como encontrar-Te,
Não poderei entender o que queres de mim,
Não terei forças para aceitar a Tua Vontade…

Ensina-me a esperar que a Tua Luz me encontre,
Abre o meus olhos para que eu A possa ver,
Usa o meu coração para que A possa receber,
Dispõe de mim para que a Tua Luz possa brilhar
E todo o Seu esplendor envolva os que me rodeiam
E os faça, também, ver os Teus Caminhos.

MR (20.09.07)

12 setembro 2007

PRECE

“Ando cheio de palavras e sinto o peito oprimido pelo espírito que está em mim. O meu coração é como vinho novo prestes a rebentar o barril”. (Jó 32, 18-19)

“Dentro de mim ardia um fogo devorador… Esforçava-me por contê-lo mas não podia”. (Jer 20, 9)

Envia a Tua luz,
Senhor,
para que floresçam
as plantas desoladas
e ergam folhas verdes para o céu.

Envia a Tua luz
a inundar-me os olhos
de certeza e de paz,
revelando-me as coisas
na sua essência íntima.

Envia a Tua luz
sobre as almas paradas
que não sabem de amor
e as faça ter vergonha do egoísmo
e as defenda do mal do desespero.

Envia a Tua luz,
Senhor!
Sem ti a vida é triste
como dia sem sol.

Fr. Mário Branco O.F.M.

(in “O Céu é perto”, Ed. Franciscana)

06 setembro 2007

Luciano Pavarotti na Eternidade... Avé Maria...

Quero hoje prestar a minha homenagem a Luciano Pavarotti, o maior tenor da história.
A eloquência com que um simples homem, de alma na voz, no olhar e no coração, canta música que entra e permanece na paz do nosso interior, leva-nos mesmo após a sua partida para a eternidade e encontrar a beleza do Sagrado que há em nós.
Esta homenagem que hoje lhe presto só poderia ser ele mesmo, na alma e na voz, no louvor Áquela que o mundo aclama: Avé Maria...
OBRIGADO LUCIANO PAVAROTTI... R.I.P.

05 setembro 2007

O MEU PAI … NOSSO (M. R.)

Pai Nosso
De todos os seres que a cada instante recrias
Repletos do Teu infinito Amor e Ternura.
Por isso conheces e amas cada um deles
E a cada um cuidas como Teu único filho!
Por todos eles sofres e rejubilas,
Como se de um só se tratasse…
Que estás no Céu
E em cada uma das Tuas criações únicas,
No coração de cada homem,
Mesmo dos que não sabem que existes,
No meu coração que não é digno de Te abrigar,
E no dos que, conhendo-Te, não Te reconhecem
Em cada flor do campo, em cada pôr-do-sol,
Nas ondas do mar revolto
Como na paz da brisa fresca da montanha,
Nas estrelas que trazem a Tua Luz
À escuridão da alma de cada homem,
Na liberdade do voo das aves que cantam em Teu louvor,
Nas melodias que escreves pela mão dos artistas a quem dás vida,
Nas histórias dos velhos, nas gargalhadas cristalinas das crianças…
Santificado seja o Teu Nome
E cantado para sempre pela Tua incomensurável Bondade
Que me dá a cada momento o Teu Amor e Perdão,
Revelados em todas as maravilhas que operas em mim!
Como ao barro, tomas-me em Tuas mãos
E moldas amorosamente o meu ser em cada ínfimo pormenor,
Para que mais e mais me possa aproximar de Ti!
Venha a nós o Teu Reino na Terra
Faz de mim o seu testemunho vivo,
Ensina-me a levá-Lo aos outros
Pela vida mais do que pela palavra,
Ensina-me a deixar que me uses para chegares a eles
Sem que o orgulho e a soberba me invadam.
Faz-me espelhar a Tua Paz e distribuir apenas a Tua Bondade.
Que os que tenho à volta as possam conhecer também através de mim.
Como no Céu
Onde um dia, acredito!, me irás abraçar de novo,
Como já tantas vezes fizeste a esta Tua filha pródiga!
No Céu voltarás a pegar-me ao colo
Depois de limpares para sempre a minha alma
E me vestires a túnica branca da Tua Pureza.
Dá-nos o pão nosso de cada dia
Ensina-me a aceitá-lo como exclusivo fruto do Teu Amor,
A não desejar mais do que a simplicidade dos lírios do campo,
A confiar na Tua Divina Providência
Que me oferece dia a dia mais do que preciso!
Perdoa-nos as nossas ofensas
Toda a dor e sofrimento que Te causo
De cada vez que Te esqueço,
E, assim, não Te vejo por me ver apenas a mim,
Que esqueço que estás sempre comigo,
E que quando não Te sinto presente
Afinal, não estás ao meu lado
Porque vais a carregar-me no Teu colo…
Como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
Como Te peço me ensines a perdoar
Aos que me ofendem, caluniam, humilham, invadem,
De alguma forma me fazem sofrer,
Para que possa ser junto deles
Testemunho vivo do Teu Perdão e Infinita Bondade.
E não nos deixes cair na tentação
De dar o troco a quem me infligiu sofrimento,
De me apropriar do que Te pertence apenas a Ti,
Da riqueza, do poder e da vã glória,
De não pôr a render os talentos que me entregaste…
Mas livra-nos do mal
Daquele que posso fazer aos outros
Quando esqueço que, sendo Teus filhos também,
São meus irmãos,
Da dor que constantemente Te faço passar
Por me desviar dos caminhos que traças para mim,
Da minha revolta contra a Tua Vontade
De cada vez que me pedes que dê a vida por Ti,
Daquilo que me cega e me não deixa ver a Tua luz.
MR
(12.03.2007)

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